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Março 31 2010

30/3/2010 10:23 

Da Redação Agência Pará

Claudio Santos/Ag Pa  Clique na imagem para ampliar Ampliar imagem
O campeonato de surf na pororoca atraiu para São Domingos do Capim competidores e turistas de várias partes do Brasil

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O artista plástico Alex Gomes veio de Brasília ver de perto o que ele chama de fenômeno raro em São Domingos do Capim

Começa nesta terça-feira, 30, em São Domingos do Capim, a 136 km de Belém (PA), o campeonato de Surf na Pororoca, evento esportivo que ocorre há 12 anos, no nordeste paraense. A realização é do governo do Pará, via Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), prefeitura municipal e Associação Brasileira de Surf na Pororoca (Abraspo), além do apoio da iniciativa privada.

 

Nos últimos anos, cerca de dez mil pessoas, entre surfistas e turistas de todos os estados do Brasil, e até de fora do país, chegam neste período a São Domingos do Capim, cuja população é de cerca de 30 mil habitantes. O artista plástico Alex Fernandes Gomes veio de Brasília só para conferir a pororoca, que já ouve falar a muito tempo. "Eu vim aqui ver de pertinho esse fenômeno que é raro. Estou na expectativa", conta o artista.

 

A festividade em torno da pororoca incrementa a economia de São Domingos colocando o turismo e o comércio em alta, potencializando a vocação natural do município, voltada para o ecoturismo. Com uma bela orla que favorece a prática da canoagem, a pesca e a diversão, as belezas naturais são o atrativo maior do local, que possui áreas de preservação ambiental, corredeiras, igarapés, furos e praias formadas por bancos de areia.

 

Trilhas ecológicas e visitas a prédios históricos, como a capela de Nossa Senhora de Nazaré do Capim, estão na rota dos turistas, atraídos também pelos elementos singulares da cultura capimarense, como os contos orais e as lendas amazônicas, com destaque para as do boto, da cobra grande e dos três pretinhos.

 

Fenômeno - A Pororoca atrai olhares do mundo inteiro para esta modalidade radical de esporte, na qual os surfistas aventuram-se nas ondas violentas que se formam entre a localidade de Monte de Ouro e a Ilha do Toyo.

 

Nem todo ano, na época do festival, as ondas surpreendem, pois dependem da força das marés, formando-se somente nas fases da lua cheia e nova. O fenômeno ocorre desde setembro, mas atinge força máxima em março e abril, período conhecido como o final do inverno amazônico. "Normalmente ela (a pororoca) bate na lua cheia e só ‘dá' em mês com ‘erre', como setembro, março, abril... Em ano bissexto é ainda mais forte. O pessoal fala e a gente constata. Acho que em 2002 vi a onda chegar a seis metros", comentou Manoel Pedro Palheta, de 46 anos, morador em São Domingos.

 

Natural de Bujaru, Palheta fala baseado na sabedoria popular e na experiência de quem acompanha de perto o fenômeno. "É tudo muito rápido. Com a saída da lua hoje (véspera do campeonato), acredito que amanhã a pororoca chegue a dois metros e meio ou três metros", sugeriu.

 

O surfista Renato Spindola, de 19 anos e morador do município, também está otimista e almeja ficar "em cima da onda" neste campeonato - que este ano é municipal. "Ano passado a pororoca foi fraca, mas ontem a gente foi lá de moto e a onda deu boa por volta do meio dia. Hoje, mais ou menos meia hora deve dar onda legal, de um metro e pouco, o que ótimo porque a pororoca é diferente das outras ondas. Ela pode ser pequena como for, mas ela tem força, é longa e intensa", analisa.

 

Única mulher da equipe local, Criste Furtado pratica body board há mais de cinco anos, enfrentando as dificuldades da deficiência que possui em uma das pernas. Para ela, o prazer do esporte e a troca de experiência são estimulantes: "A gente aprende, mas também ensina os ‘macetes' para quem vem de fora. Aqui a onda bate só uma vez e tem que saber sentir. Tem que estar em uma posição estratégica".

 

Estrondo - Conhecido entre os indígenas como pororoca, o fenômeno advindo da força do encontro das águas significa estrondo em tupi guarani. Conta a história que os europeus, em fevereiro de 1500, comandados pelo espanhol Vicente Pizon, descobriram a pororoca quando as ondas agitaram seus navios e produziram sons amedrontadores. Era o encontro do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico, na Bahia do Marajó.

 

A pororoca é conhecida pela elevação das águas do Rio Amazonas junto à foz (onde deságua), provocada pelo encontro das marés ou de correntes contrárias. É como se estas forças encontrassem um obstáculo que impedisse seu percursso natural. Quando ultrapassa esse obstáculo, as águas correm rio adentro com uma velocidade de 10 a 15 milhas por hora, subindo a uma altura média de 3 a 6 metros.

 

Como chegar? - Distante 136 km da capital paraense, o acesso a São Domingos do Capim pode ser feito via terrestre (1h40) ou fluvial, por meio do Rio Guamá, trajeto que dura em média 5 horas. Por terra, chegando a São Miguel do Guamá pela PA-127, os visitantes pegam a balsa que atravessa o Rio Guamá até chegar à sede do município.

 

Luciane Fiuza - Secom

 

Fotos: Cláudio Snatos - Secom

 

Fonte: http://www.agenciapara.com.br/exibe_noticias_new.asp?id_ver=60895
publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 22:19

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