Simplesmente Lu

Abril 28 2005

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Hoje é o aniversário de uma pessoa pra lá de especial: Vera Lúcia Torres. Paraense, bailarina, professora, coreógrafa, pianista, administradora, etc e tal, Vera estudou em São Paulo, onde integrou o corpo de baile do Teatro Municipal, quando dançou no Brasil e na Europa.
Fiquei um tempão pensando no que daria para ela, que já me ofereceu tanto. Conversando, ontem, com a Rosane Pimenta - bailarina paraense das melhores - lá no Teatro da Paz, durante o EIDAP (Encontro Internacional de Dança do Pará), consegui me decidir. O presente escolhido, na verdade, é um convite. Quero que ela seja minha paraninfa e espero poder entregar o presente no final do ano (aí também vai ter que cumprir aquela promessa, Vera).
Descobri que ela é a grande "culpada" pelos dois sacerdócios da minha vida: a Arte e a Comunicação. Comecei a dançar com 8 anos, vencendo a timidez (acreditem, eu era!) e trilhando a longa, bela e difícil estrada da dança. Apesar da escola ser basicamnete clássica, minha eterna mestra sempre soube adaptar meu gosto contemporâneo à coreografias que me realizaram muito (O Canto do Cisne Negro, Babalu, Pensamentos...) e me levaram para dançar em vários estados. Apesar de um provável ciúme, ela também soube respeitar minha busca por outros espaços.
Foram inquietações que acabaram me envolvendo na revitalização da Associação Paraense de Dança (APAD), num momento histórico da Dança no Pará, com a eleição que culminou com a nossa vitória com a Chapa Só Dança, liderada por Sonia Massoud. Durante as duas gestões que participei da diretoria criei, há cerca de 10 anos, o Informativo da APAD, talvez o primeiro registro do gênero em Belém. Eu nem pensava em fazer Jornalismo nessa época, mas construía, com a ajuda da diretoria, um jornal quase que artesanal em seus dois primeiros números, que foram xerocados e entregues aos sócios.
Depois resolvi estudar Educação Artística (Música) na Universidade Federal do Pará (UFPA), pois não havia (e ainda não há) um curso superior de Dança no Estado e não acho que o profissional de Educação Física possa exercer a função de um artista, como alguns o fazem. Esporte não é arte, e vice-versa. Entre aulas traumatizantes de piano, desisti porque vi que Claves de Sol não eram o meu forte. Ah, isso depois de um também frustado curso de Matemática. Nada a ver...
No ano de ser jubilada - palavra bonita que significa perder a vaga -, me meti no Vestibulinho (prova para trocar de curso) e conquistei minha vaga no curso de Jornalismo, em 2001. No mesmo ano, meti a cara e criei meu jornal - o ABC da Dança: Arte, Ballet, Cultura - mas deixei o terceiro número na porta da gráfica porque adoeci e precisei adiar esse projeto.
A Vera Lúcia Torres continua participando da minha vida e por "culpa" dela (e também da professora Lenne Santos) já defini o tema do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Vou, juntamente com a Louise, implantar um Departamento de Comunicação no Abrigo João de Deus, que atende mulheres e homens de rua doentes. A Vera me levou para conhecer o lugar e lá aprendi a conjugar arte-comunicação com caridade. O espetáculo anual Cantando e Dançando a Amazônia é um dos projetos que, com sucesso, desenvolvemos no abrigo, onde ela é diretora até hoje.
Vocês podem estar pensando: -Mas e os pais dela, não merecem também? Meu pai faleceu e minha mãe já dividiu muitos momentos importantes comigo, além do que nunca tive muito apoio da minha família. Nem posso culpá-los, afinal de contas é complicado entender a alma de um artista e a loucura de um jornalista. Como falei antes, são profissões que, ou você dá o sangue ou é melhor deixar pra lá.
A Vera foi a grande responsável por essas duas paixões da minha vida porque foi ela quem me ensinou a ser feliz com o que faço, me incentivando a não desistir dos meus sonhos. Ela, que é tão generosa, dedica sua vida pela arte da dança e acho que sabe decorado os nomes dos milhares de alunos que aprenderam os primeiros "pliês" na sua escola, merece todo o meu agradecimento. Obrigada pelos ensinamentos, pela amizade sincera, por entender minhas "viagens", por ter me ensinado a viver apaixonadamente, por me mostrar como a criatividade pode ajudar nos momentos difíceis, por ter me aturado tanto tempo, por saber reconhecer meu valor, saber me criticar (mesmo quando é só para me proteger) e, principalmente, pelo carinho que me dedica, como o faz com seus alunos, os quais ama como se fossem seus filhos.
Vera, parabéns e quem sabe eu não apareço em dezembro pra dar umas piruetinhas no espetáculo de 30 anos da escola, depois de ter pendurado as sapatilhas há cinco anos?!

SOBRE OS COMENTÁRIOS
Agora gostaria de agradecer a todos pelos comentários das duas postagens anteriores. Louise, tia Lu ainda não quer um fotolog, mas talvez crie um no dia que eu ganhar aquela câmera digital, hein?! Nathy, também te tenho como uma amigona, você sabe. Cláudio, valeu a força e espero que você possa matar logo a saudade da terrinha.
Louise (Lima), concordo contigo, o lilás com verde tava mesmo lembrando a Mangueira. Nada contra carnaval, mas como você diz, "menos é mais" e estava mais para brega que para fresco. Agora acho chato ter que cortar texto, eu quero é descontar os "assassinatos" que a gente sofre nas redações (rsrsrs). Dessa matéria, por exemplo, foi cortada a última sub (bloco). Mas reconheço, quem fala muito acaba escrevendo demais da conta...
Elck, quanta honra ter um comentário de uma cronista (tem que assumir de vez) no meu blog. Obrigada pelos elogios e em relação à grafia de belenense (ou belemense), quando fiz a matéria certifiquei-me de que os dois são aceitos e significam "tudo o que é relativo à Belém do Pará". Talvez uma expressão seja mais usual que a outra. O Cláudio Marinho eu conheço da época em que eu freqüentava a Escola de Teatro e Dança da UFPA, onde ele se formou, além de alguns contatos jornalísticos. Na verdade, eu sou uma admiradora do trabalho dele, de ator e jornalista (louco que nem eu e você, que também é atriz). Como eu ainda não sei linkar, aí vai o blog dele, que tem uns textos maravilhosos: http://spaces.msn.com/members/claudiomarinho/
Valeu galera!

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 08:29

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