Gente, esta matéria integra o primeiro número do "Jornal Gestual" (setembro/outubro). Fico muito satisfeita de poder publicá-la aqui no meu pequeno espaço porque além de tudo o que conto abaixo sobre essa pessoa e profissional maravilhosa que é a Rosane Pimenta, tenho ainda a alegria de tê-la como amiga. Espero que gostem. Um abraço!!! Luciane Fiuza. PERFIL ROSANE PIMENTA Mais do que uma opção de vida, dançar para Rosane Pimenta Conceição é a própria vida: veia que pulsa, coração que acelera na emoção do movimento. E não poderia ser diferente para quem não consegue imaginar a vida sem a dança. É como Rosane sempre diz: A gente não escolhe o balé, o balé escolhe a gente. Sorte da Rosane e sorte de quem pode aprender, dançar com ela. Os primeiros passos da bailarina foram dados aos sete anos, por indicação de seu médico ortopedista. Depois de 20 anos de aulas, não só o pequeno problema nos pés já não existe, como estes pés já receberam grandes aplausos. Como na apresentação do balé Yara e o Pescador, montado por Vera Torres especialmente para ela, um momento que Rosane Pimenta relembra com carinho. Ela destaca ainda os papéis principais que dançou nos balés Carmem e Dom Quixote. A trajetória de sucesso da bailarina na Escola Vera Torres, porém, antecede estas referências. Aprovada no teste para dançar o solo da Dança Espanhola do balé de repertório O Quebra Nozes, em 1987, Rosane ao mesmo tempo em que começou a ganhar destaque nos espetáculos, também adquiriu maior interesse pela dança. Médica veterinária por formação, ela pouco exerceu a profissão. Durante o tempo em que dançou na Escola Vera Torres, Rosane Pimenta foi uma das primeiras bailarinas e deixou lembranças dos balés que protagonizou. Ela lembra ainda de grandes bailarinas que dançaram na escola, como Anna Faride, Luciana Ferrão e Lilian Lobato. Mas foi por motivos pessoais que, em 2000, Rosane foi morar em Fortaleza (CE) com o marido, Silas, e a filha Sarah. Queria me dedicar mais à minha família, explica Decidida a deixar os palcos, Rosane foi à Escola Madiana Romcy uma das mais conceituadas de Fortaleza - para continuar no balé. Mas só para manter a forma, conta. Só que, mais uma vez, a dança a escolheu. Depois de poucos meses como aluna, Rosane foi convidada a ministrar aulas na escola como professora substituta e, posteriormente, titular. Numa destas aulas o coreógrafo carioca Hélio Bejane a convidou para participar da montagem que estava preparando. E lá estava Rosane de volta aos palcos. Enquanto professora, ela conta com orgulho sobre a aprovação de duas de suas alunas no rígido teste do Bolshoi, na escola situada em Joinville (SC). Só que, como a vida também dança e dá muitas voltas, Rosane e a família voltaram a fixar residência em Belém, no início deste ano. Mais uma vez, Rosane decidiu parar com as apresentações. Procurou a antiga professora e mestra, Vera Torres, para somente fazer aulas. A escola inteira não aceitou e lá estava Rosane dançando no Theatro da Paz, no espetáculo em prol do Abrigo João de Deus o Cantando e Dançando a Amazônia. Mas a felicidade da bailarina ainda não estava completa e quem percebeu foi seu marido. Ele me dizia que toda vez que eu falava em balé meus olhos brilhavam. Silas sugeriu que ela voltasse também a dar aulas. A idéia foi aprovada. Rosane e Vera formaram uma sociedade. Depois de decidido o novo local de funcionamento da Escola Vera Torres, as professoras pesquisaram e implantaram significativas mudanças no ensino. Entre as mudanças está a retomada da montagem dos grandes balés, tanto de repertório quanto as coreografias autorais. Realizada com a nova fase de sua carreira artística, Rosane Pimenta deseja transmitir o amor que ela tem pela dança aos seus alunos. Este amor faz de Rosane não só uma excelente bailarina, professora e coreógrafa, mas uma mãe, filha e esposa exemplar.