Minha homenagem.
Com o coração apertado comunico que a dança paraense perdeu um de seus grandes representantes: o bailarino, professor e coreógrafo Olímpio Paiva. Soube pela professora Auxiliadora Monteiro, sua grande amiga, que ele foi covardemente assassinado no último final de semana, em seu apartamento (casa), na cidade de Manaus, onde residia nos últimos anos. Auxiliadora me contou que o bailarino estava com 46 anos (45 anos, equivoquei-me) e pensava na possibilidade de voltar a residir e trabalhar em Belém. Olímpio foi um grande exemplo de perseverança e talento. Começou a dançar com Teka Salle, uma das precursoras da dança no Pará. Foi aluno também de Vera Lúcia Torres, escola na qual protagonizou grandes balés de repertório, como O Lago dos Cisnes e O Quebra Nozes. Muito virtuoso, o bailarino arrancava aplausos calorosos da platéia com suas performances. Posteriormente, ele criou sua própria escola, que nunca teve sede própria. Tive a oportunidade de fazer aulas de clássico e jazz com Olímpio. Adorava o cuidado com que o professor tratava cada aluno: ao mesmo tempo exigente, perfeccionista e carinhoso. Sejam nos estilos clássico, jazz ou contemporâneo, as coreografias de Olímpio Paiva destacavam-se nos festivais de dança do Estado e do Brasil. A última vez que vi o bailarino dançar foi na Gala Augusto Rodrigues, em setembro de 1999, quando ele mostrou uma versão contemporânea do balé-solo A Morte do Cisne, música de Tchaikowsky, originalmente criado para a bailarina Anna Pavlova. Com movimentos expressivos, carregados de uma marcante presença cênica, o bailarino prestou uma emocionada homenagem aos mestres Augusto Rodrigues e Teka Salle. A minha homenagem agora é para esta pessoa que respirava arte, estava sempre de alto astral, indignava-se com quem não respeitasse a dança paraense (Olímpio morou em belém desde criança, mas era acreano), nunca desistiu de seus sonhos, lutou sozinho no início da carreira e não tinha vergonha de dizer que passou fome para não deixar de dançar. Soube que o bailarino estava feliz ultimamente, pois havia reencontrado a família, motivo pelo qual mudou-se para Manaus. Olímpio Paiva era um apaixonado pelo balé O Lago dos Cisnes - peça em quatro atos, que ficou consagrada com o casamento perfeito da música de Tchaikowsky com a coreografia de Lev Ivanov e Marius Petipa, que superou a original, de Julius Reising (1877). Em entrevista para o extinto Jornal ABC da Dança, criado por mim, ele confidenciou-me que este era o balé que mais apreciava. Postei esta montagem, que nem sei de quem é a autoria, porque acho que sintetiza o amor de Olímpio pela dança. Assim que puder, colocarei uma foto dele aqui no blog. No momento, desejo que a arte de Olímpio Paiva o faça voar longe, muito longe, sem barreiras ou qualquer tipo de preconceito. Para nós, fica o exemplo do seu eterno amor pela dança.
SOBRE OS COMENTÁRIOS ............................................................................... LILIKA....... também gosto. ANÔNIMO....... usei a citação na epígrafe de um trabalho de Teorias da Linguagem, da UFPA. LEONARDO....... o blog fala muito de dança, mas vez por outra mudo o assunto. Valeu pela visita, volte sempre e comente, não precisa ser especialista para dar sua opinião sobre os textos. Parabéns pela formatura!
AVISO Caros colegas da imprensa. Faleceu em Manaus o bailarino, professor e coreógrafo Olímpo Paiva. Nome expressivo na dança paraense, que contribuiu para a formação de muitos alunos. Seria interessante se vocês pudessem rever os arquivos dos seus respectivos jornais para a elaboração de uma matéria, inclusive com fotos, deste artista. Ele foi professor durante anos da SoEla SoEle e do tradicional Colégio CEO. Ele esteve recentemente em Belém onde participou de oficinas no Encontro Internacional de Dança do Pará -EIDAP. Nós da dança lamentamos a perda deste profissional. Waldete Brito Professora de Dança da UFPA; diretora e coreógrafa da Cia. Experimental de Dança; e presidente da Câmara Setorial de Dança.
ATENÇÃO A bailarina Alessandra Ewerton informa que a nossa colega Auxiliadora Monteiro encomendou uma missa comunitária (Sétimo Dia), marcada para a próxima sexta-feira (01 de dezembro de 2006), na Basílica de Nazaré, às 18 horas.