"Quem será a bailarina da foto?" O jornalista Lúcio Flávio Pinto faz esta pergunta aos seus leitores na edição de nº 379 do seu Jornal Pessoal, que comemora 20 anos de existência. No final do texto Bailarina do Augusto, da seção Memória do Cotidiano/Propaganda, fica a dúvida. Quem será a bailarina do cartaz do espetáculo Alencar Terra - V Festival do Conjunto Coreográfico?
A companhia era dirigida pelo mestre Augusto Rodrigues, o grande precursor da dança em Belém do Pará . (Ler nota inteira do jornal reproduzida no final desta postagem). Fiquei imaginado aonde o jornalista achou esta preciosidade e, principalmente, quem é a bailarina da foto. Como não consegui descobrir consultando minhas fontes, resolvi perguntar aos blogueiros.
Empolgada com a leitura, resolvi também dar uma de fotógrafa. Fiz uma montagem: o Jornal Pessoal, a foto de Augusto Rodrigues, que ganhei de um amigo do extinto jornal A Província do Pará, e o troféu que homenageou os participantes da Gala Augusto Rodrigues, ocorrida em 9 de setembro de 1999.
Na voz de Nivaldo Fiuza e violão de Cássio Amanajás - este é o sobrenome correto do músico - Nasci para Bailar (de Paulo André Barata e João Donato) abriu a noite festiva que reuniu gerações de bailarinos em reconhecimento ao baluarte da dança paraense, no palco do Schiwasappa. O bailarino Jaime Amaral dançou um solo para o mestre e, na ocasião, outros precursores da dança na capital paraense também foram homenageados com troféus e apresentações de seus alunos, assim como os membros da diretoria da Associação Paraense de Dança (APAD), da qual eu fazia parte. O bailarino Rubem Meireles foi o idealizador e realizador do evento, junto comigo.
É interessante conhecer a história de Augusto Rodrigues. Pode-se dizer que ele foi quase autodidata no aprendizado da dança clássica, já que ensaiou seus primeiros passos durante as breves estadias das companhias européias que se apresentavam na cidade, resquícios da época áurea do Ciclo da Borracha. O mestre aprimorou o estudo em escolas de dança do Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras. Depois montou sua própria escola de dança em Belém. Dirigiu e produziu muitos espetáculos.
Uma de suas marcas como professor, lembram alguns de seus alunos, era a de ser exigente, especialmente com os bailarinos, dos quais cobrava virtuosismo nos saltos, característica da dança clássica masculina.
Ao pesquisar na internet sobre o assunto, deparei-me com uma agradável "coincidência". Também autodidatada, o Mestre Verequete, ícone da música popular paraense, representante maior do nosso carimbó, chama-se Augusto Gomes Rodrigues. Vejam só, temos dois "Augusto Rodrigues" na nossa história. Dança Clássica e Música Popular. Dois motivos de orgulho para os paraenses.
Mestre Verequete, parabéns pela justa homenagem recebida do governo federal! Augusto Rodrigues, parabéns pelas homenagens que a classe da Dança tem feito ao seu pioneirismo, talento e persistência!
Leitura necessária a do "Jornal Pessoal", Agenda Amazônica de Lúcio Flávio Pinto, que também merece bravos desta blogueira pela data comemorativa.
NOTA REPRODUZIDA DO JORNAL PESSOAL:
"Bailarina do Augusto"
Em 1955 o professor Augusto Rodrigues realizou o quinto dos famosos festivais do seu conjunto coreográfico, que funcionava anexo à Academia de Acordeon Alencar Terra, homenageando as "classes armadas" e o corpo consular. Quem será a bailarina da foto? (Lúcio Flávio Pinto).
SOBRE OS COMENTÁRIOS............................................................................................ LOUISE....... quem será a bailarina da foto? A gente vai descobrir. CAROL....... obrigada pelas lindas palavras e parabéns pela volta do "Flor do Asfalto", sempre poético, politizado e antenado. E volte a dançar, é tão bom quanto escrever. LENNE....... quero este livro emprestado. Adorei o que tu escrevestes, captastes exatamente o sentido do texto. Lembrar para não esquecer. Sempre. JEANETE...... é bom saber que a leitura te agradou. Volte sempre. RUBEM...... foi cansativo, mas extremamente compensador. Parabéns pela iniciativa. Lembro de você vestido de índio entregando as flores e o troféu para Augusto Rodrigues. Se depender de mim, o projeto continuará. É importante mostrar os talentos da nova geração e reverenciar o grande mestre. Sempre. Espero que desta vez a imprensa cumpra seu papel.