10 DESEJÁVEIS VIRTUDES PARA A POLÍTICA CULTURAL DO PT NO ESTADO
Primeira virtude: Profissionalismo. Texto: Edyr Augusto Proença, jornalista, escritor e teatrólogo. Pensando bem, tenho é medo de idealistas. Têm idéia fixa, explodem emoções, kamicases. Prefiro os profissionais. É de Profissionalismo na Gestão Cultural que estamos precisando. Profissionais podem e até devem ter uma dose razoável de idealismo, seja pela atitude profissional, seja pelo nobre objetivo que é atuar no serviço público. A Cultura, ao longo dos últimos doze anos, tomando esse período apenas como exemplo, no resto do mundo, tornou-se mola propulsora de negócios. Com a tecnologia diminuindo as distâncias, há mais troca de informação. Há, inevitavelmente, invasão, dominação. Deveríamos dizer que não há fronteiras, mas a verdade é que elas não existem, somente quando quem é invadido nada tem a oferecer de consistente para troca, tendo como resultado algo absolutamente novo. Se o Brasil erra ao chamar políticos para ministros e estes, seus correligionários, em cascata, somos atingidos. Se atinge o Ministério da Cultura, evidentemente atinge também a Secretaria de Estado da Cultura e a Fumbel. Nosso assunto é Cultura, certo. A gestão é amadora. Totalmente. Pior, com a falta de Cultura dos últimos doze anos, sua importância caiu assustadoramente, sendo confundida com lazer. O resultado é que estamos à mercê das invasões culturais. Nesse cenário de vale qualquer coisa, as pequenas reações vêm de pequenas articulações do povo, que se expressa na medida da Educação que não recebe. Da Cultura que não tem. Da Fome, Desemprego e outras mazelas. Há várias manifestações, mas o brega é bem evidente, com suas letras esdrúxulas, de duplo sentido, melodias ruins, instrumentos e cantores que dão como que um grito de socorro. Precisamos de Profissionalismo na Gestão Cultural. De alguém que avalie o quadro em que estamos. O tamanho desse Pará. Que desenvolva ações imediatas, que sirvam de alento a quem agoniza, mas sobretudo, ações bem fundamentadas, construindo algo sólido, na direção do mercado cultural, onde artistas tenham onde e para quem mostrar sua arte e o povo tenha onde e de quem receber Cultura. Alguém que tenha em sua equipe técnicos profissionais, capazes. O prejuízo causado nos últimos doze anos precisará de pelo menos o dobro disso para ser recuperado. Mas sem profissionalismo, cairemos em outra desgraça. Trocará apenas a figura do Secretário. Profissionalismo, por favor. Sem discutir ideologia, poder, essas coisas. Estamos muito frágeis. Precisamos de alento. Profissionalismo na gestão cultural. Alguém que determine um objetivo único, para todos os órgãos do setor atuarem de maneira orquestrada e segura, atendendo as demandas. Profissionalismo, por favor. Assim, teremos condições de, em alguns anos, enfrentar de igual para igual qualquer invasão. Ter o que oferecer em troca. Fifty Fifty, yes. Profissionalismo, já. PS: A bailarina da foto é Louise F. de Mello, durante ensaio fotográfico (2004) com a expert Shirley Penaforte. PS2: Louise foi escolhida para este post porque é uma aluna extremamente aplicada no colégio, uma bailarina responsável, dedicada e "profissional" - como o Paulo, um amigo, gostava de falar. Que a pequena bailarina sirva de exemplo.