Simplesmente Lu

Março 01 2007

RONALDO FRANCO.jpg Ronaldo Franco

Azulejos contornando a janela de um velho casarão do bairro da Cidade Velha marcam o início da gostosa viagem literária de Cidade dos Poetas, livro de Ronaldo Franco, em parceria com José Maria de Villar Ferreira (Imprensa Oficial do Estado, 2005). Os poemas passeiam pelo cotidiano, formação e cultura da nossa gente. A primeira imagem é a dos azulejos, na capa do livro, seguida pelo imaginário que nasce de uma leitura com gostinho de tacacá regado com chuva da tarde...

Ronaldo Franco escreve a segunda parte do livro, Cidade Velha. Ele nos faz sentir mais paraenses, mais conhecedores do que somos hoje, a partir dos sagrados referenciais do passado. Descobrimos as causas e redescobrimos o prazer de insistirmos em guardar certos pensamentos (e atitudes) provincianos. Ao mesmo tempo, entendemos de onde vem tanta criatividade e diversidade, um manancial de idéias que diferencia nossos artistas.


Enfileirados, os azulejos. Entrelaçadas, as idéias de Ronaldo, sempre atento aos detalhes históricos de nossa formação. Sempre ligado na importância da velha arquitetura e sua relação direta com nossos velhos-novos hábitos. Totalmente envolto pelas nuances de nosso falar brejeiro. Ronaldo Franco resignifica a nossa cidade, Belém, cidade de tantos poetas.


Parabéns, poeta! Obrigada pelo presente que me deu em 2006 – estava te devendo até hoje esse post, lembra? Guardo o livro com muito carinho, o mesmo que sinto pelo seu inspirado filho, meu amigo Raul. Um livro com gosto de “quero mais”. Com muitas Cidades Velhas dentro de Belém, que nos levam a tantas velhas cidades do mundo.

 

Outro mérito do livro é o de mostrar, despretensiosamente, as pessoas como elas são, vestidas com uma poesia crua, instintiva, mas, ao mesmo tempo, madura, elaborada e bela. Como são belos os arabescos dos velhos azulejos. Ronaldo, continue nos deleitando com suas geniais palavras, pois os azulejos continuarão contando nossa história, como diria Caetano, com o “azul que é pura memória de algum lugar”.


Lu, tua fã.

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 02:40

Março 01 2007

Ritual.JPG Ritual da Lua_2.jpg

Melodia Sentimental

Letra: Dora Vasconcelos. Música: Heitor Villa-Lobos.

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura

Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar

 

As asas da noite que surgem
E correm o espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar

Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor

Acorda, vem olhar a lua
Que dorme na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar

PS: Nas fotos, Rubem Meireles e Martha Batista apresentam o Ritual da Lua,  coreografia de Meireles, durante o Festival Bento em Dança (Bento Gonçalves-RS), em 2005. Arquivo pessoal dos bailarinos.

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 01:38

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