O corpo na dança se faz um duplo ser
Unidos braço a braço; perna a perna
Torso e ventre e ventre e torso
Unidos corpo e dança, dança e corpo
Casto coito entre o sonho e a realidade.
Ora um ora outro torna-se visível.
João de Jesus Paes Loureiro.
Sábias são as palavras do poeta, que traduz o significado verdadeiramente ambíguo da arte da dança. Realidade ou ilusão? Na verdade essa arte pode ser mesmo é caracterizada segundo os preceitos de Kant, para quem o que existe de fato é um jogo entre razão e imaginação.
A abordagem que aqui se apresenta possui como enfoque o olhar para a recriação da realidade ou da própria abstração na dança, verificando sua especificidade no tratamento concedido ao gesto cotidiano urbano no processo de criação do espetáculo Metrópole, dirigido e coreografado pela autora que aqui se apresenta e encenado em Belém do Pará pela Companhia Moderno de Dança.
Nesta perspectiva, entende-se que, ao contrário das situações cotidianas, o gesto na dança possui um diferencial que o torna verdadeiramente artístico. Esse diferencial é a função estética que ele assume ao ser incorporado na encenação coreográfica*.
Ana Flávia Mendes.
*A continuação do artigo está no site idanca.net
PS2: O ator Hudson Andrade faz um ótimo comentário sobre este espetáculo no post Vide o Verso, no seu blog, o
PS: A foto é do espetáculo Avesso, da Cia Moderno de Dança, retirada do site da companhia, no endereço Cúria d'Arte