Simplesmente Lu

Março 02 2007

AVESSO.jpg

O corpo na dança se faz um duplo ser

Unidos braço a braço; perna a perna

Torso e ventre e ventre e torso

Unidos corpo e dança, dança e corpo

Casto coito entre o sonho e a realidade.

Ora um ora outro torna-se visível.

 

João de Jesus Paes Loureiro.

 

Sábias são as palavras do poeta, que traduz o significado verdadeiramente ambíguo da arte da dança. Realidade ou ilusão? Na verdade essa arte pode ser mesmo é caracterizada segundo os preceitos de Kant, para quem o que existe de fato é um jogo entre razão e imaginação.

 

A abordagem que aqui se apresenta possui como enfoque o olhar para a recriação da realidade ou da própria abstração na dança, verificando sua especificidade no tratamento concedido ao gesto cotidiano urbano no processo de criação do espetáculo Metrópole, dirigido e coreografado pela autora que aqui se apresenta e encenado em Belém do Pará pela Companhia Moderno de Dança.

 

Nesta perspectiva, entende-se que, ao contrário das situações cotidianas, o gesto na dança possui um diferencial que o torna verdadeiramente artístico. Esse diferencial é a função estética que ele assume ao ser incorporado na encenação coreográfica*.

 

Ana Flávia Mendes.

 

*A continuação do artigo está no site idanca.net

 

 

PS2: O ator Hudson Andrade faz um ótimo comentário sobre este espetáculo no post Vide o Verso, no seu blog, o

PS: A foto é do espetáculo Avesso, da Cia Moderno de Dança, retirada do site da companhia, no endereço
Cúria d'Arteopaidegua.com/ciamoderno 
publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 22:31
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Março 02 2007

Bailarina Roberta Cristina.jpg

"Eu acreditaria somente em um Deus que soubesse dançar." (Nietzche)

A frase do filósofo Friedrich Nietzsche até hoje é citada por muitos. Encontrei na internet uma boa análise sobre ela. “Quando Nietzche disse essa frase, provavelmente estava pensando em Shiva, que dá o pontapé inicial (e final) na criação de Brahman. Por que Shiva? Provavelmente por ele ser o Senhor da Dança e das artes, dança que está intimamente relacionada com o movimento do Universo e o ciclo de vida e morte. Mas, também, pela relação alegórica, pessoal e até mesmo divertida que o povo hindu tem com os deuses (que, na verdade, são apenas manifestações do incogniscível Brahman)” -

leia mais em  saindodamatrix

 

Outra frase famosa de Nietzche, muito conhecida dos bailarinos, é a seguinte: “Que seja perdido um único dia em que não se dançou”. Eu acredito que a dança tem algo de divino, sem o qual nem existiria. Essa energia é a sua essência, pois as primeiras manifestações de dança que se tem registro foram as que, nos primórdios, homenageavam deuses durante rituais, através de movimentos e gestos.

 

Certa vez, comentando aqui no blog, o jornalista Orlando Cardoso definiu bem essa relação da dança com o homem: “Seria o caso de se dizer: danço, logo existo, não é Luciane? O que é legal na dança é que todos os povos, dos mais primitivos ou ligados à natureza aos mais supostamente civilizados, sem exceção, dançam. Deve haver alguma coisa de divino nisso, como anteviu Nietzsche, mesmo sem acreditar em deus”.

 

PS: Roberta Cristina Figueiredo Costa, da Cia. de Dança Guará Balé-Teatro, é a bailarina da foto. Arquivo pessoal. 

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 04:53

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