Recebo e reproduzo e-mail de Cibele Vasco Santos, bailarina e estudante de Serviço Social da UFPA, que convoca a classe artística para discutir políticas culturais no Estado, a partir da semana que vem, no Instituto de Artes do Pará (IAP). A notícia foi veiculada no plantão do Portal ORM , no dia cinco de março de 2007.

Artistas discutem ações culturais no IAP até o dia 30

O Grupo Corpo, de Belo Horizonte, uma das melhores companhias de dança do Brasil, apresentou, em 2004, o espetáculo Lecuona (fotos), com coreografia de Rodrigo Pederneiras. A montagem versa sobre as obras do maior compositor cubano, Ernesto Lecuona (1895-1963). Famoso pelas trilhas sonoras que criou para filmes de Hollywood,  Lecuona compôs centenas de canções em espanhol e inglês, assim como peças para piano e orquestra. O espetáculo, de acordo com entrevista de Pederneiras à Folha Online, é uma obra muito diferente de tudo o que a companhia faz porque são somente duos "e não é com música brasileira, mas com música cubana. Há muito da América Latina nela". Quem quiser conhecer mais sobre a companhia, basta acessar o site do Grupo Corpo.

Ofereço este post ao blogueiro Juvêncio de Arruda, que em breve estará em terras cubanas. Boa viagem, meu amigo! 

“Sem arriscar, do artista não brota a obra. A realização dessa obra requer muita fé no que não se pode ver, nem tocar, nem sequer acreditar que é possível... e suportar a pressão dos incrédulos. Ser artista é entre outras coisas, ter coragem de ousar, de mergulhar no desconhecido até então. Quem investe na arte?”. Zizi Possi

Ofereço as palavras de Zizi Possi a todos os artistas que saber a “dor e a delícia” que é fazer arte no Brasil. Mas como cansa se arriscar tanto. Correr risco sem apoio público ou privado desgasta demais. É sacrificante viver de arte nesse país, nesse estado. Muitos se vendem, infelizmente. Outros tantos fazem arte de gosto duvidoso. Bons artistas sofrem desumanamente para não desistir. O resultado desse processo é o lixo cultural que a população consome. O que as crianças mais ouvem hoje? Os lançamentos programados da Jovem Pan ou o tecno-brega? Como elas dançam? As funkeiras substituíram as Carlas Peres de ontem, mas a dança da “bundinha” não mudou muito. As aparelhagens imperam na capital e no interior do Estado, disputando o volume entre si. Será que estouram os tímpanos para esvaziar a cabeça? Intérpretes de qualidade, música que preste, artistas conscientes e não-corrompidos são raridade na cena cultural... Quase não aparecem nas rádios e TVs. Ainda assim resistem. Sobrevivem. Para eles deixo toda a minha admiração. Pela resistência, pelo respeito à arte e ao público. Sobre essas questões indico a leitura do post Manifesto da Zizi Possi, do blog do Blog do Pedro Nelito.