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Feira promovida pela Secretaria de Agricultura do Pará atraiu centenas de pessoas que cultivam plantas e flores em casa |
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Anderson Serra, coordenador do programa Campo Cidadão, que estimula a agricultura familiar, apreciou a feira e aproveitou para levar flores para casa |
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Quem visitou os 16 estandes da Feira Flor Pará aprovou a iniciativa da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), que pretende estimular o trabalho de floricultores paraenses, ampliando e divulgando o mercado diversificado de espécies, como as tropicais e as medicinais. A primeira edição da feira ocorreu no sábado (19), das 9 às 17 horas, na praça Batista Campos, cujo trecho da praça foi fechado para o evento.
Incluir as flores na decoração natalina e fortalecer o hábito do paraense de enfeitar residências e outros ambientes foram os objetivos da feira, que reuniu aproximadamente 40 produtores de oito associações formadas em seis municípios.
Solange Sales visitou o local com o filho e dois netos e aproveitou para levar cinco arranjos para dar de presente. "Eu achei excelente porque eu adoro plantas e é uma opção interessante para escolher rosas e orquídeas. O ambiente é ventilado e aconchegante", comentou Solange, enquanto observava o trabalho do florista e decorador Onemo Moraes. Ele também orientava os visitantes sobre composição harmônica de arranjos, combinando espécies diferentes em embalagens com motivos natalinos.
Foram reservados ainda espaços para comercialização de alimentos orgânicos e artesanatos, todos provenientes da agricultura familiar, estimulada pelo Campo Cidadão. Anderson Serra, coordenador do programa, explicou que a agricultura familiar rural é um dos focos do Campo Cidadão, seguindo as prioridades da política do governo do Pará.
Produzidos em Barcarena, rúcula, espinafre, couve, salsa, cebolinha e outros alimentos orgânicos foram comercializados na feira. De Marituba, os produtores Waldelice Rocha e Laércio Fonseca, à frente da Cooperativa de Produtores Rurais e de Artesanato do Pará (Coprapa), levaram plantas ornamentais e medicinais, artesanatos feitos com reciclagem, sabonetes, xampus, cremes e até adubo orgânico. Muita gente se interessou pelas propriedades medicinais das plantas e ouviu as explicações da produtora. "Dá para cultivar em casa e preparar chá, remédios... Com as plantas medicinais, dá para fazer uma farmácia viva em casa".
Sucesso - A movimentação foi grande durante a realização da feira. Ailton Júnior, do Riacho Fundo de Belém, vendia cravinha, torrênia, vinca e outras pequenas flores ornamentais que chamaram a atenção das crianças. Luiz, de quatro anos, escolheu um vasinho junto com a mãe, Rita Azevedo. Maria Clara, de 10 anos, também comprou um e mostrou conhecimento no assunto, ao lembrar que a trepadeira tem que ser regada duas vezes por dia, e a marilis, planta de mesa, de dois em dois dias. Junto com a mãe, ela está montando um pequeno jardim na sua casa.
"A feira é interessante não só para mim como para todos os outros produtores, principalmente os que não têm ponto de venda", opinou José Pinheiro de Castanhal, que já comercializa três tipos de orquídeas (não-envasadas) para fora do estado, além dos pontos de venda que possui na capital. O retorno foi positivo: até o final da manhã, Pinheiro havia vendido cerca de 30% do que levou.
Mercado - O retorno imediato e a ampliação do mercado garantiram a continuidade da feira, proposta já aprovada pelo secretário Cássio Pereira, titular da Sagri. Ele sinalizou que, mesmo com a inauguração do Mercado de Flores, na BR-316 (em frente à AABB), marcada para maio do ano que vem, a ideia é manter, mensalmente, a Feira Flor Pará. Com investimento inicial de cerca de R$ 300 mil, o mercado reunirá 8 associações da Grande Belém, além dos municípios de Castanhal e Santa Izabel.
Ducimar Melo e Silva, gerente de Programa de Flores da Sagri, contou que a demanda de criação da feira partiu dos produtores nos encontros promovidos durante a realização da Flor Pará e do Frutal Amazônia, em junho deste ano, no Hangar, quando os segmentos movimentaram R$ 33 milhões em negócios e atraíram um público de 36 mil visitantes. A comercialização de flores tem crescido e conquistado o mercado externo, atraído especialmente pela beleza exótica de algumas espécies.
O deputado Airton Faleiro, líder do governo da Assembleia Legislativa, também visitou o lugar e sugeriu o desdobramento da feira, apostando em outros espaços públicos. A assessoria da Sagri informou que a próxima feira, com previsão para ocorrer em fevereiro do ano que vem, também deve abranger os produtores de alimentos orgânicos, nos mesmos moldes do que já ocorre com a feira anual de produtos orgânicos, apoiada pela Sagri, onde a floricultura já garantiu seu espaço.
Luciane Fiuza - Secom
Fotos: Elcimar Neves/Ag. Pará
Fonte: http://200.164.100.137/exibe_noticias_new.asp?id_ver=56036