Participe do VII Workshop de Ballet Clássico de Repertório da Amazônia
Data: e 7 a 20 de janeiro de 2013
Local: BALLARE Escola de Dança. Belém-PA
Aulas de Ballet Clássico, Pontas, Pas de Deux e Técnica Masculina.
Professores/Remontadores: Ronaldo Martins (RJ) e Rachel Ribeiro (RJ) -
bailarinos solistas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Com montagem do Ballet La Bayadére ao final do curso
Informações e inscrições: (91) 3241-3182 e ballare@oi.com.br
Realização: BALLARE Escola de Dança
Representantes das nove empresas que compõem o Consórcio durante a JIS Miami 2012 |
A comercialização da joia artesanal paraense já está em processo de consolidação no mercado externo. A meta de estabelecer a venda regular de joias produzidas por profissionais paraenses e com matéria prima regional no exterior vem sendo perseguida por nove empresas do setor joalheiro do Pará, integrantes do Polo Joalheiro do Pará, que comercializam sua produção nas lojas do nas lojas do Espaço São José Liberto, mas decidiram se unir para formar um consórcio empresarial. Essa convivência entre as microempresas e a geração de suas próprias experiências empresariais levaram os empresários a tomar a decisão de se unir para formar o Consórcio Empresarial de Joias do Pará.
Como resultado desse trabalho, no período de 1º a 12 de outubro deste ano, nove representantes do Consórcio Empresarial viajaram para Miami, nos Estados Unidos, para participar da Feira Jewelers International Showcase (JIS/Miami), um dos maiores eventos do setor, que reúne mais de 1.800 expositores.
Nove dos 12 empresários que, inicialmente, mostraram interesse em participar da parceria, investiram na ideia e formaram o Consórcio Empresarial, que agrega mão de obra direta e indireta de 70 pessoas e possui um escritório em Miami e um recém-criado site contendo uma loja virtual.
Colar Natural Conectado. Empresa: Amorimendes. |
Em Miami o escritório tem à frente o gerente comercial Arthur Lisboa, que fala três idiomas (inglês, francês e espanhol), uma das exigências do Projeto Setorial de Internacionalização do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), um dos parceiros da iniciativa. Como nos EUA, o grupo já estuda também a implantação de uma linha 0800 na França.
Com união e organização, as nove empresas - Amazonita Art & Modas, Amorimendes da Amazônia, Brilho da Amazônia, DaNatureza, Jod Joias, Joiartmiro, LB Joias, Ourama e Ourogema - ampliaram sua área de atuação e passaram a integrar o Consórcio Empresarial.
O governo do Pará, através da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), mantenedora do projeto Polo Joalheiro, instalado no Espaço São José Liberto, que é gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) apoia a iniciativa dos empresários. Exemplo desta natureza, destaca Airton Fernandes Lisboa, diretor de Desenvolvimento do Comércio e de Serviço da Seicom, é fator de reconhecimento do governo do Estado, que vê os investimentos públicos retornarem para a sociedade através da geração de emprego e renda.
Segundo Airton Lisboa "o governo do Estado vê a formação do Consórcio Empresarial de Joias do Pará como uma iniciativa de pessoas empreendedoras que buscam a auto sustentabilidade da sua atividade na produção, unido esforços de trabalho e de conhecimentos, superando suas limitações através de iniciativas inovadoras e, principalmente, no exercício do trabalho coletivo em prol do desenvolvimento de todos, inclusive levando a cultura do nosso estado ao exterior e oportunizando novos negócios”.
PARCERIAS - O Governo do Pará, via Seicom e Igama, juntamente com a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae-PA), o IBGM e a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) apoiaram o Consórcio Empresarial de Jóias do Pará na viagem a Miami, onde os empresários já haviam estado em 2011, integrando a Missão JIS/Miami – USA, que fomentou a participação de empresas brasileiras de joias em feiras e eventos internacionais, com o aval do IBGM. Na ocasião, eles também visitaram o novo Centro de Negócios da Apex em Miami.
Para Raul Tavares, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiepa e coordenador da unidade de atendimento no Pará da Apex-Brasil, o Consórcio representa a internacionalização da joia paraense. O processo, diz ele, foi construído, durante estes dois anos, dentro do conceito de coletividade. Raul também lembrou que a JIS Miami existe há 37 anos, sendo considerada uma feira tradicional por apresentar peças mais clássicas. Para ele, por ter uma identidade e um conceito marcantes, a joalheria paraense se destacou no encontro.
Nessa primeira participação, os empresários paraenses fizeram apenas prospecções de negócios, apresentando seus produtos aos norte-americanos e pesquisando a preferência de mercado. Apenas Maria de Nazaré Paixão Cardoso (proprietária da empresa Amazonita, em sociedade com José Raimundo Cardoso, seu marido), João Amorim e Marcelo Monteiro participaram desta edição do encontro. Em 2012, voltaram a Miami para expor peças e fechar negócios.
Do início do projeto até agora, cerca de R$ 250 mil foram investidos apenas pelos integrantes do Consórcio, que já começam a dar a contrapartida nos projetos, como na compra de algumas passagens aéreas, informa João Amorim.
A formação do Consórcio Empresarial de Joias do Pará, que se consolida como vontade dos produtores de joias que participam do Programa de Desenvolvimento do Setor de Joias e Metais Preciosos do Pará, criado e mantido pelo Governo do Estado desde 1998, por meio da Seicom, é um passo significativo para que as Joias do Pará, por meio do mercado norte-americano, ultrapassem novas fronteiras.
Brincos Wamiri Atroari. Empresa: Joiartmiro |
IDENTIDADE - A joia artesanal paraense é reconhecida em todo o mundo por ter um conceito contemporâneo de joalheria, mesmo inspirada em ícones da Amazônia, como lendas, costumes e a própria natureza, e como base a matéria prima regional e a diretriz da sustentabilidade, um diferencial da joia do Pará no mercado internacional.
Com a criação do Consórcio, o setor se organiza e começa a atender demandas maiores, mas sem perder a identidade artesanal. Segundo João Amorim, mesmo no caso de uma encomenda de 100 unidades, por exemplo, na qual a produção é considerada semi-industrial, a característica artesanal não se perde.
Anel Ondas. Empresa: Ourogema |
Na JIS 2012, além da joia paraense - representada em cerca de 90 peças - ter se destacado em meio a outros estandes de produtos brasileiros, começou a conquistar, efetivamente, o mercado mundial. Segundo João Amorim, três empresas dos Estados Unidos entraram em contato e mostraram interesse em comercializar as peças em Miami.
“Já havia empresas brasileiras participando, umas com 15 anos de feira, outras com sete anos, e algumas, de bijuteria, estreando, como nós”, diz Amorim, fazendo um comparativo da participação dos paraenses, e lembrando que os únicos Estados brasileiros representados com joias no pavilhão do Brasil foram o Pará e Minas Gerais. Os demais, como São Paulo, participaram com bijuterias.
“O nosso consórcio foi convidado pelo IBGM e pela organização da JIS. As outras empresas, mesmo as que são teoricamente maiores que nós, estruturadas há mais tempo, com um número de funcionários que muitas vezes ultrapassa duas centenas, há três anos tentavam entrar na feira, e só conseguiram por causa de desistências. Isso mostra a credibilidade que o consórcio tem com o IBGM, a Fiepa e o Sebrae, que capacita para trabalhar esta internacionalização de forma mais responsável e com o objetivo de não perder nossa identidade, e muito menos o foco principal, que é gerar o ‘Made in Brazil’ aqui no Pará”, explica João Amorim.
Pingente Remo. Empresa: DaNatureza |
AMPLIAÇÃO – Para o artesão e ourives José Coelho Lucas, proprietário da LB Joias, que comercializa seus produtos na Loja UNA, gerenciada pelo Igama, a “união e a coletividade” são o mais importante. “Se for uma encomenda de 1.000 peças todos colaboram para dar conta. Individualmente, ficaria difícil ou inviável. E com a parceria do Sebrae, da Fiepa e do Igama fica mais fácil conseguir apoio para nossos projetos”, destaca José Lucas, acrescentando que a visibilidade aumentará, assim como o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido.
Pingente Sabor Açaí. Empresa: Amazonita |
João Amorim enfatiza que, além do mercado de joias, a empresa também está habilitada para comercializar e exportar artesanato e acessórios de moda, como bolsas e cintos, um mercado que vem sendo incentivado pela direção do Espaço no São José Liberto. Segundo ele, a empresa deverá, em breve, trabalhar com esses nichos, já que tem interesse também na “pequena exportação”.
Produtores e designers poderão vender seus produtos por meio do site do Consórcio ou em feiras internacionais, oferecendo desde uma pequena produção, de apenas cinco bolsas artesanais, por exemplo, até produções maiores. Mas o empresário ou microempresário teê que ter interesse em participar e demonstrar organização, levando, junto com seu produto a discriminação do material utilizado, prazos de confecção e a capacidade de produção. Os requisitos para o cadastro de produtos é feito com orientação dos integrantes do Consórcio e seus parceiros.
HISTÓRIA – O início do Consórcio Empresarial de Joias do Pará foi em agosto de 2010, quando as nove pequenas empresas se uniram para reduzir custos de participação em feiras e demais eventos do setor joalheiro, e também de áreas de interesse, como o setor turístico.
Mas a ideia estava predestinada a voos mais altos. Já formalizadas e com clientela estabelecida no Estado, as empresas viram no Projeto de Inserção Competitiva e Sustentável de Micro e Pequenas Empresas no Mercado Internacional, resultado da parceria entre o Sebrae-PA e o CIN/Fiepa, a oportunidade de se prepararem para alcançar o mercado externo, mais precisamente os Estados Unidos, um dos maiores centros consumidores do planeta.
Os empresários participaram intensivamente de ações de capacitação, que incluíram treinamento em negócios internacionais, marketing internacional, formação de preços, cursos de exportação e elaboração de planos de negócios. Em setembro de 2012, o Consórcio abriu uma empresa americana em Miami, a CN APEX BRASIL MIAMI F. A empresa Brazil Collective representa o Consórcio dentro da Apex-Brasil nos Estados Unidos.
“Em dois anos e meio nós recebemos 25 capacitações, todas destinadas à internacionalização. A última foi a nossa participação como compradores na JIS (no ano passado), e agora como expositores”, ressalta Marcelo Monteiro.
CAPACITAÇÃO - Antes de formalizarem o Consórcio Empresarial Joias do Pará, em 15 de junho de 2012 os empresários participaram de várias ações de capacitação e qualificação, com apoio do Sebrae-PA, incluindo cursos, palestras, feiras e eventos. As empresas também foram atendidas e analisadas por técnicos do Sebrae nas três fases do processo de internacionalização.
Marcelo Monteiro destaca que as assessorias da Fiepa, do Sebrae, do IBGM, do Governo do Estado do Pará/Seicom, do Igama e de todos os outros parceiros orientam e capacitam os empresários de forma abrangente como, por exemplo, na forma de apresentação da joalheria, ampliando a ideia de caracterizar a joia da Amazônia ou do Pará como Joia do Brasil.
“O nosso investimento foi resultado de anos e anos de aprendizado. Temos maturidade para entender que não existe facilidade, mas aprendemos a raciocinar no coletivo para enfrentar situações que não se previa”, conta Marcelo Monteiro.
Além da capacitação, o Consórcio investe na formalização de parcerias, com instituições já consolidadas nos setor joalheiro, e nas áreas de negócios e de capacitação em empreendedorismo, como o Sebrae/PA; a Fiepa/CIN; o IBGM; a Apex Brasil; a Seicom e o Igama. Raul Tavares destaca que o Consórcio surgiu a partir destas parcerias, e hoje é considerado a primeira experiência de escritório de negócios da Região Norte com o apoio da Apex/Brasil.
Consórcio pretende consolidar mercado externo para as joias do Pará |
INVESTIMENTO – “A gente tem consciência que, para dar melhor resultado, muito provavelmente, a gente talvez tenha que fazer mais investimentos. Não estamos apenas querendo levar nossa marca lá fora, mas consolidar a qualidade dos nossos serviços, e isso é uma coisa que não tem preço. Se hoje a gente fala em investimento de alguns milhares de reais, amanhã o que vai importar para uma empresa não é a quantidade investida e nem quanto ela vale na Bolsa, mas a reputação que ela tem no mercado. Esse é o maior investimento que qualquer empresa pode fazer”, analisa Amorim.
Segundo Raul Tavares a ideia é as instituições parceiras apoiarem o Consórcio até que ele possa caminhar “com os próprios pés e com investimentos próprios”.
Como resultado da participação na JIS Miami, o Consórcio também recebeu convite para participar, em janeiro de 2013, da Bijorhca Paris, uma das maiores feiras de joias da Europa, e da próxima edição da edição da JIS Miami, além da Sea Fashion, feira internacional que acontecerá, em dezembro do ano que vem, dentro de um navio no Porto de Miami, na qual o Consórcio é um dos dois expositores brasileiros convidados, entre cerca de 40 participantes de todo o mundo.
Os convites e resultados que o Consórcio tem alcançado, resume Marcelo Monteiro, mostram que a estratégia adotada pelos empresários está dando certo. “Nós estamos nos tornando competitivos pela qualidade e pela proposta, e não pela quantidade”, afirma. “O que nós percebemos é que a qualidade da joia brasileira melhorou expressivamente. Foi o que nos disseram. E de um mix de 1.800 expositores, os organizadores de uma feira em um navio escolheram a nossa. É a comprovação de que a nossa joia está entre as melhores do mundo”, complementa João Amorim.
Bracelete Helicônia. Empresa: Brilho da Amazônia |
Ascom/Igama
FONTE: http://blog.saojoseliberto.com.br/2012/12/consorcio-empresarial-quer-consolidar-o.html
Atriz Thaís Araújo, a Golden Girl 2012, com o colar Açaí, criado por Selma Montenegro. FOTO: ISABEL GARCIA - Divulgação AuDITIONS Brasil 2012 – AngloGold Ashanti |
Com o colar denominado Açaí, fruta típica do Pará, a designer de joias paraense Selma Helena Montenegro Botelho, única representante da Região Norte, chega à elite da joalheria nacional. Ela foi selecionada entre 1.386 inscritos de todo o país como uma das 18 melhores na 10ª edição do maior concurso de design de joias de ouro do mundo, o AngloGold Ashanti AuDITIONS. Promovido em vários países pela mineradora AngloGold Ashanti, no Brasil o concurso acontece a cada dois anos, com o objetivo de valorizar o setor joalheiro nacional.
Na solenidade de premiação, ocorrida em 12 de novembro, em Belo Horizonte (MG), além de empresários, joalheiros, jornalistas especializados e políticos, também participaram do evento artistas como Murilo Benício, Eliane Giardini, Carlos Casagrande – que desfilou com o colar de Selma Montenegro -, e a cantora Vanessa da Mata.
Todos os finalistas desta edição do AuDITIONS, que teve “Brasilidade” como tema, estão com suas peças no catálogo do evento, fotografadas no corpo da atriz Thaís Araújo, escolhida a golden girl em 2012, pelo fotógrafo JR Duran, em Foz do Iguaçu (PR). O fotógrafo Almir Pastore, especializado em joias, retratou as peças finalistas. A modelo Luiza Brunet, a golden girl de 2011, também participou da festa.
Dos 18 designers que disputaram a premiação, em duas categorias, saíram vencedores Camila Schmitt com o colar Cana do Brasil, escolhido entre 12 peças na categoria Prêmio AuDITIONS – premiação de R$ 25 mil em barras de ouro - e Carla Abras, com o colar-bolsa Arara, a melhor entre os 10 finalistas da categoria Prêmio AuDITIONS 10 anos, que recebeu R$ 30 mil, também em barras de ouro.
Antes do anúncio final, todas as peças foram desfiladas por modelos, na festa realizada no Palácio das Artes, um dos mais importantes espaços culturais da capital mineira. No dia seguinte foi realizado outro desfile, tendo como público os funcionários das sedes da mineradora no Brasil.
Colar Açaí. FOTO: ALMIR PASTORE. Divulgação AuDITIONS Brasil 2012 – AngloGold Ashanti |
APELO VISUAL - O colar Açaí mostra, em ouro e gemas orgânicas, um grande cacho do fruto extraído do açaizeiro, palmeira típica da Amazônia. Segundo Selma Montenegro, a joia é conceitual e tem forte apelo visual, tanto pelo tamanho quanto pela característica artesanal da peça, que foi produzida pela Escola Rhama, que tem à frente o ourives e lapidário Ramirez Garcia Gomes. Reinaldo Cardoso de Souza, ourives e instrutor da Escola Rhama – que é uma escola de ourivesaria que funciona no mezanino do Espaço São José Liberto, oferecendo cursos de joalheria básica e avançada – foi quem confeccionou a peça, com a orientação de Selma Montenegro e de Ramirez Garcia.
Ramirez, um dos pioneiros do Programa Polo Joalheiro do Pará, e Reinaldo participaram da solenidade de premiação, convidados por Selma Montenegro.
Sobre a inspiração para criar a joia, a designer diz que a temática foi escolhida por ser uma fruta muito típica do Pará, mas que há vários anos ganhou o mundo. “Por ser uma fruta exótica e saborosa, comercializada de diversas formas, o açaí é muito consumido. É a cara do Pará e do paraense, que produz o fruto em abundância. Eu lembro muito dessa música: ‘Chegou ao Pará, parou. Tomou açaí, ficou...”, reitera Selma.
A designer Selma Helena Montenegro é natural do município de Afuá, no Arquipélago do Marajó e, desde 2002, integra o Programa de Desenvolvimento do Setor de Joias e Metais Preciosos, financiado pelo Governo do Estado/ Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).
Além do ouro, fornecido pela mineradora, ela utilizou madeira, caroço de tucumã e fibra de arumã para compor o colar Açaí. “Apesar de o conceito ser voltado para o ouro, a gente tem que saber fazer esse link com a matéria prima regional”, diz Selma, lembrando que esse tema ela abordou em uma peça finalista de outro importante concurso de design de joias do país, promovido pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).
“Estou mostrando a força do açaí como algo muito nosso. Mostro o Pará, nossa cultura e nossos costumes. O açaí vem das entranhas do Pará, das comunidades ribeirinhas. Vejo o açaí como uma divulgação do que há de bom aqui”, enfatiza Selma.
Para o AuDITIONS Brasil 2012, a designer também enviou outros dois projetos, Arara Azul e Carimbó, um dos ritmos característicos da cultura paraense. O projeto selecionado foi o último a ser enviado.
Da esquerda para a direita, Reinaldo Souza, Selma Montenegro e Ramirez Garcia, durante a premiação. FOTO: Igama Divulgação |
EXPERIÊNCIA – O ourives Ramirez Garcia conta que teve muita cautela para construir a peça, pois precisava seguir todas as regras do contrato de produção do concurso. Para ele e Reinaldo Souza, a experiência foi o diferencial, especialmente no uso das ferramentas, já que precisaram preparar formas (embutidores) adequadas ao formato redondo exigido pela peça.
Reinaldo explica que foram criadas ferramentas especiais, ovais e em forma de dado, fora dos padrões da ourivesaria. Os dois ourives usaram até bolas de bilhar, além das cinco peças de madeira e seis de aço. O esforço valeu a pena, segundo Ramirez: “A peça foi muito comentada, e o desfile um espetáculo”, diz ele, que tem mais de 25 anos de experiência na área.
“Esse prêmio representa todas as minhas conquistas como designer. Mostra que nós estamos evoluindo e que podemos estar no meio dos melhores. Mostra a nossa evolução e a evolução da joia do Pará, principalmente em termos de design. Mas ainda há muito para melhorar, e devemos continuar nessa busca. Um concurso do porte do AngloGold AuDITIONS é revelador de novos talentos. Mostra novas formas de se conceber uma joia, novas buscas, a história e a capacidade dos profissionais envolvidos, e abre novos horizontes”, afirma Selma Montenegro, pioneira na Região Norte em concursos de joias, e que agora se junta às duas outras designers paraenses selecionadas em outras edições do AuDITIONS, Clara Amorim e Lídia Abrahim, ambas vinculadas ao Polo Joalheiro do Pará.
De acordo com a organização nacional do concurso, o AngloGold AuDITIONS é um incentivo para os designers brasileiros, pois destaca a criatividade e a excelência do trabalho destes profissionais, que ganham mais reconhecimento e projeção internacional na área do design de joias. O prêmio também colabora para a valorização do ouro, a agregação de valor ao metal e a geração de emprego.
Airton Lisboa, Rosa Helena Neves e Selma Montenegro.FOTO: Seicom Divulgação |
CRESCIMENTO - Representantes da mineradora já estudam a possibilidade de realizar programação semelhante em 2013 em Belém, para valorizar a produção local e colocar o Pará no roteiro dos grandes eventos nacionais do setor. As 18 peças finalistas serão mostradas em vários Estados e países, e depois ficarão expostas no museu da mineradora.
A versão brasileira do AuDITIONS é realizada desde 2002. As joias finalistas passam a fazer parte do acervo da empresa. As coleções apresentadas evidenciam o ouro em joias que retratam questões relevantes da sociedade, como o consumo responsável, a sustentabilidade, a preservação da cultura e a identidade nacional.
Durante o evento de premiação, o Pará foi destacado como o maior produtor mineral do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Para Airton Fernandes Lisboa, diretor de Desenvolvimento de Comércio e Serviços da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), o modelo de gestão e as ações do Programa Polo Joalheiro contribuem para a participação do Pará no concurso internacional.
“O programa iniciou em 1988 com o objetivo de agregar valor a produtos minerais, e ainda focando principalmente a inserção social pela produção, naquela época muito trabalhada pelos governos estaduais. Podemos dizer que este programa, que experimentou ciclos e modelos de gestão diversos, sobreviveu e contabilizou resultados positivos nos âmbitos tecnológico, profissional e social, mostrando que a organização da cadeia produtiva de gemas e joias é promissora, e já podemos contabilizar dividendos, com esta premiação e o reconhecimento nacional e internacional do Programa Polo Joalheiro do Pará como um dos melhores, senão o melhor, existente”, ressalta Airton Lisboa.
A participação do governo do Estado tem sido fundamental para desenvolver o setor de joias e artesanato no Pará, a partir de estratégias de promoção e comercialização dos produtos, e investimentos em capacitação profissional no setor joalheiro. O grande desafio, agora, segundo o diretor, é inserir no programa o principio da gestão por resultados e da auto sustentação econômica. Segundo ele, o setor mostrou sua criatividade e qualidade técnica, mas precisa se organizar para produzir em escala competitiva para os mercados nacional e internacional.
“Para tanto, exige esforço conjunto e investimentos de trabalhadores, iniciativa privada, instituições governamentais e não governamentais, na formatação e implantação de projetos sustentáveis, de elevado conteúdo tecnológico nos processos de fabricação e comercialização”, acrescenta Airton Lisboa.
David Leal, titular da Seicom, mantenedora do Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro, participou do evento, acompanhado de Airton Lisboa e Rosa Helena Neves, diretora do Espaço São José Liberto. David Leal foi um dos convidados de Hélcio Guerra, presidente da AngloGold Brasil, um dos 10 países, em quatro continentes, a possuir filiais da mineradora sul-africana, com sede em Johanesburgo.
Ator Carlos Casagrande desfilou com o colar "Açaí". FOTO: Divulgação AuDITIONS Brasil 2012 – AngloGold Ashanti |
Ascom/Igama
FONTE: http://blog.saojoseliberto.com.br/2012/12/designer-de-joias-do-para-esta-entre-as.html
Espetáculo "A Bela Adormecida", com a Ballare Escola de Dança. FOTO: Manoel Pantoja
Toda a magia do conto “A Bela Adormecida”, um clássico da literatura infantil, tomará conta, neste final de semana, do belo Theatro da Paz. A Ballare Escola de Dança levará ao mais famoso palco paraense, no próximo sábado (8), às 20h e domingo (9), às 18h, a história do romance da princesa Aurora com o corajoso príncipe Desirèe, que luta para salvar o seu amor da malvada Carabosse, com a ajuda das fadinhas do bem, lideradas pela Fada Lilá. Essa é a primeira vez que a Ballare Escola de Dança monta uma versão completa do ballet “A Bela Adormecida”, sob a direção da bailarina, professora e diretora Ana Rosa Crispino.
“A história é a mesma do conto de fada. Apenas é contada através de muita dança, de acordo com o libreto que foi criado por Marius Petipá e Ivan Vsevolojsky”, explica Ana Rosa Crispino, contando que a montagem envolve desde os alunos do baby-class até os níveis mais avançados da escola. Alguns destes alunos já haviam participado, em janeiro de 2012, do “Workshop de Ballet Clássico de Repertório da Amazônia”, com os professores Ronaldo Martins e Rachel Ribeiro, do Rio de Janeiro. Realizado anualmente pela Ballare, no final do workshop sempre é montado um balé de repertório.
A remontagem da “Bela Adormecida” é de Ana Rosa Crispino, também responsável pela adaptação coreográfica, que conta também com a participação das bailarinas e professoras da escola Camila Viana e Suelen Lopes - que remontaram e criaram as coreografias das turmas infantis.
O elenco e a equipe técnica do espetáculo são totalmente paraense. Nos papéis da princesa Aurora, revezam-se as bailarinas Camila Viana (que dança no domingo) e Lorena Lane Teixeira (sábado). O bailarino Ronilson Cruz será o príncipe Desirèe e a Fada Lilás (Fada da Sabedoria) será interpretada por Suelen Lopes. Ana Rosa Crispino fará participação especial, encarnando Carabosse, a fada do mal.
Também participam do espetáculo o ator por Jean-Paul Lopez, na pele do Rei Florestan, a atriz e bailarina Andréa Torres (Rainha) e o ator e artista plástico Thiago Losant, que interpreta Cattalabutte, o mestre de cerimônia.
A bailarina Camila Viana (centro) como princesa Aurora da "Bela Adormecida". FOTO: Manoel Pantoja
MONTAGEM - “A Bela Adormecida” é um balé composto por prólogo e três atos, baseado no conto de Charles Perrault. A coreografia original é de Marius Petipá e a música é de Peter Ilyich Tchaikovsky. O ballet teve sua estréia mundial em cinco de janeiro de 1890, no Teatro Maryinsky de São Petersburgo, com a filha de Marius Petipá, Marie Petipá, no papel da Fada Lilás.
A responsabilidade da Ballare Escola de Dança é com toda a produção do espetáculo: ensaios, cenários, figurinos, contrarregragem etc. Ana Rosa Crispino explica que, da montagem feita no início do ano, também fizeram parte bailarinos que não são da Ballare. Na ocasião, participaram bailarinos de várias escolas e grupos de dança da capital e do interior do Pará e de outros Estados.
Além da direção de Ana Rosa Crispino, o espetáculo tem coordenação geral de Camila Viana e Suelen Lopes. Da equipe técnica também fazem parte Rubens Almeida (luz), Eduardo Florentino e Ronaldo Bittencourt (som) e Ribamar Monteiro, Nonato Rodrigues e Edivaldo Nere (palco). A remontagem e as coreografias são de Ana Rosa Crispino, Camila Viana e Suelen Lopes. Como assistentes de produção estão Estélia Viana, Ana de Jesus, Antônio Baía e Élio Viana. E no apoio do espetáculo, estão a direção, os colaboradores e os técnicos do Theatro da Paz.
A realização do espetáculo “A Bela Adormecida” também só foi possível graças ao apoio cultural das empresas Sococo, Alubar, Norte Comunicação Integrada, Assemb, On Line Produções, Boi Dóuro, Ver a Mídia, Fabel, Famiglia Trattoria, Sempre Viva e Freeserra.
SUCESSO – A Ballare Escola de Dança, que também possui a Ballare Cia. de Dança, formada por professores e bailarinos da escola, já remontou, com sucesso, a versão completa de balé famosos no mundo inteiro, como “Dom Quixote”, “La Bayadère”, “Giselle”, “Paquita”, “Coppélia” e o “O Quebra-Nozes”, além trechos de vários ballets, como “A Filha do Faraó”, “Lê Sylphides”, “La Fille Mal Gardèe”, “O Lago dos Cisnes” e “Esmeralda”.
De acordo com Ana Rosa Crispino, a maior dificuldade na montagem de espetáculos deste porte é o investimento feito nos cenários e nos figurinos. Mas ela também encontra outros entraves.
“A equipe técnica que temos em nossa terra para realizar tais produções é de muito boa qualidade. Os bailarinos também. O que falta é patrocínio e espaço. Quanto ao público também temos algumas dificuldades, pois o paraense não tem a cultura de assistir a produções de balé clássico de repertório”, analisa a diretora, que espera que as montagens que a escola realiza ajudem a formar plateia e despertar o interesse de crianças, jovens e adultos para este tipo de espetáculo.
Trecho da "Bela Adormecida", em montagem da Ballare. FOTO: Manoel Pantoja
HISTÓRIA – “A Bela Adormecida” começa com os preparativos para o batizado da princesa Aurora, no palácio do Rei Florestan, em um reino distante. No prólogo, Cattalabutte, o mestre de cerimônia, recebe as seis fadas do bem, que presenteiam a princesa. Mas antes que a sétima fada, a Fada Lilás, desse o presente mais poderoso, chega Carabosse, a fada do mal, seguida por ratos.
Carabosse, que não foi convidada, anuncia seu presente: ao completar 15 anos, a princesa vai furar o dedo em uma agulha e morrerá. A Fada Lilás, que ainda não havia dado a sua bênção, ameniza o feitiço de Carabosse e diz que Aurora não morrerá, mas cairá em um sono profundo até que um belo príncipe a desperte com um beijo.
O primeiro ato, denominado “O Feitiço”, mostra o aniversário de Aurora. Toda a corte saúda seus pais e seus convidados: príncipes cortejam e dançam com a princesa e a celebração prossegue animada até que uma misteriosa figura aparece e oferece um buquê de flores à aniversariante, que dança encantada com presente, que esconde uma agulha. Ferida, Aurora continua dançando atordoada até desmaiar. É quando Carabosse se revela a todos e se retira do salão. Em seguida, a Fada Lilás aparece e espalha seu encanto por todo o reino, fazendo com que todos adormeçam junto com Aurora.
O segundo ato, “A Visão”, acontece na floresta, onde, durante uma caçada liderada pelo príncipe Desirèe é envolvido pela magia da Fada Lilás e tem uma visão da bela princesa adormecida. Desirèe é conduzido pela fada ao reino do Rei Florestan e encontra Aurora em seu leito. Apaixonado, o príncipe beija sua amada, despertando-a. Todo o reino também acorda e o príncipe pede a mão de Aurora em casamento.
Já o terceiro ato, “O Casamento de Aurora”, mostra os habitantes fantásticos de outros reinos, que foram convidados pela Fada Lilás para a grande celebração. Entre eles estão a Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, O Gato de Botas e a Gata Branca, o Pássaro Azul e a Princesa Florine. Todos dançam alegremente.
SERVIÇO: Espetáculo de balé “A Bela Adormecida”, com a Ballare Escola de Dança e direção de Ana Rosa Crispino. No Theatro da Paz, sábado (8), às 20 horas e domingo (9), às 18 horas. Realização: Ballare Escola de Dança. Informações: (91) 3241-3182 e (91) 8408-4707.
Texto: Luciane Barros
Fotos: Manoel Pantoja