Simplesmente Lu

Fevereiro 24 2007

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Como o mitológico Prometeu , o jornalista Lúcio Flávio Pinto trava uma luta diária com os "donos do dinheiro" do Pará. Detalhes da trajetória do jornalista, referência obrigatória para estudantes e profissionais da área, estão na entrevista publicada na quinta edição da revista Rolling Stone, versão nacional. “Ter entre seus inimigos os políticos e empresários mais poderosos do Norte brasileiro, levar uma surra pública de um deles, responder a inúmeros processos sem tempo ou dinheiro suficientes para se dedicar a sua defesa. Tudo isso parece combustível para o jornalista Lúcio Flávio Pinto. (...)Até quando?”. Assim começa a entrevista de Lúcio na revista.

 

É o próprio jornalista que faz referência à mitologia grega para descrever sua situação, comparando-se ao lendário personagem que tinha pedaços do fígado comidos diariamente por uma águia. Boa metáfora, já que um de seus desafetos chegou ao limite do absurdo: o agrediu fisicamente, incomodado com a verdade exposta no Jornal Pessoal (JP), escrito e editado quinzenalmente por Lúcio Flávio Pinto há quase 20 anos. Trata-se de Ronaldo Maiorana, empresário que o espancou publicamente  em janeiro de 2005.

 

Para quem não sabe, Ronaldo é um dos propietários das Organizações Romulo Maiorana (ORM), empresa de Comunicação filial da Rede Globo no Estado. O empresário também é advogado e presidente da Comissão em Defesa da Liberdade de Imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na época do ocorrido, a OAB manteve Ronaldo Maiorana na função, apesar do pedido de 40 advogados para excluir seu nome da presidência da comissão. O que despertou a “coragem” do empresário, que teve a cobertura de seus dois seguranças durante a agressão à Lúcio (um deles também bateu no jornalista), foi uma matéria do JP, intitulada O Rei da Quitanda.

 

“O dono do dinheiro leu uma edição do meu pequeno Jornal Pessoal da 1ª quinzena de 2005 e ficou irado com o que nele estava contido a respeito de sua empresa e de sua família. Nenhuma inverdade. Nada sobre a privacidade dos Maiorana. Temas públicos, de relevante interesse social”, explica o jornalista. Detalhes do caso estão no seu recém-lançado O Jornalismo na linha de tiro - de grileiros, madeireiros, políticos, empresários, intelectuais & poderosos em geral (Editora Jornal Pessoal). Essa, inclusive, é a minha atual leitura, que tem a singela dedicatória que recebi do autor.

 

Outras passagens da vida do jornalista, que foi correspondente do Estadão no Pará, são relatadas na entrevista da Rolling Stone, simplesmente imperdível. Profundo conhecedor da problemática da Amazônia, ele cobriu por muito tempo diversos conflitos fundiários em suas viagens ao interior do Estado. Algumas fotos destes momentos também estão na publicação.

 

Depois de ler a revista, fiquei me perguntando qual será realmente o combustível de Lúcio Flávio Pinto? Ele dá boas pistas no prefácio do seu livro. “Nosso oxigênio é a verdade. Sem letra maiúscula, sem grandiloqüência, sem heroísmo. (...)A causa é uma só: a opinião pública. Se cumprimos decentemente nosso ofício, somos seus auditores, seus porta-vozes, seus emissários. Por nosso intermédio, é o povo que quer saber. (...)É este o jornalismo que tenho feito. Nasci para fazê-lo. (...)Mas escrevendo este livro em meio a uma guerra judicial, tentando escapar ao destino de Prometeu tropical, isto é o que pude fazer, na urgência e na emergência de fazer a verdade. ‘Isto’ é apenas isto. E carrega consigo minha alma, meu coração e, quem sabe, o hálito do meu amor. A matéria prima que me mantém vivo e revoltado, que me faz acreditar no futuro e trabalhar pela utopia”.

 

 

Fonte da foto: http://www.igutenberg.org/jj343x1.html
publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 06:21

RUBEM: rezo para que esta justiça chegue o mais rápido possível para Lúcio Flávio Pinto. Com o fim do contrato milionário com a Funtelpa, acobertado pelo governo tucano, as ORM começam uma nova era, onde até o preço do jornal começou a cair. Bjs!....... ROSE: a verdade deveria ser o mote de todas as profissões. Quando ela é atropelada por jornalistas e advogados, por exemplo, esses ofícios perdem o próprio sentido da existência. Abs!....... JUVÊNCIO: Se é assim, eu assino embaixo com você e continuamos agradecidos pelo jornalismo de Lúcio Flávio. Obrigada novamente pelo link que fez do post no Quinta Emenda. Abs! Lu.
Luciane Fiuza de Mello a 26 de Fevereiro de 2007 às 15:33

Poderia escolher um, qualquer um dos comentaristas que me precederam, para usar as mesmas palavras e comentar seu post, amiga.Escolho o Rubem.
Blz.Parabéns.
Bjs.
juvencio de arruda a 25 de Fevereiro de 2007 às 21:45

Lu, mais uma publicação p nos fazer refletir né? fico pensando também qual será o combustível do L.F.... realmente a verdade deveria ser o oxigênio de toda essa dita humanidade, já pensou que maravilha seria nosso ar?! pena que uns ditos humanos, ainda exaurem tanta podridão de suas almas.... parabéns mana!!!
rose monteiro a 25 de Fevereiro de 2007 às 17:47

Como no dito popular, a justiça tarda mas não falha. Lú, é só esperar que o tempo da resconstrução da moral vai chegar. Parabéns pelo Post, a vida dele é um exemplo de dignidade e verdade. Fico feliz e agradecido ao Lúcio por fazer um jornal ético. Rubem.
Rubem Meireles a 25 de Fevereiro de 2007 às 16:58

JOANA: faço minhas todas as suas palavras. É nesse Líder que eu geralmente compro meu JP. Chato é quando ele termina logo. Obrigada por estar sempre por aqui. Beijão!....... LENE: obrigada. O Lúcio é "o" jornalista, por isso incomoda tanto. Voltarei por aí assim que der. Beijinhos pra ti e pra Milene. Lu.
Luciane Fiuza de Mello a 25 de Fevereiro de 2007 às 15:57

O Lúcio é um ser iluminado. Parabéns pela matéria, Lu, ficou ótima, quero ler a revista. E vê se aparece de novo aqui por Castanhal. Lene.
Lene Sancar a 25 de Fevereiro de 2007 às 05:25

Lu, a gente só pode ficar triste de saber que não pode confiar na integridade de alguns profissionais. Advogados e jornalistas então, deveriam carregar a bandeira da verdade e da ética. O Lúcio Flávio é um herói, mesmo sem querer ser. Acompanho o trabalho dele no JP, compro todos os números aqui na livraria do Líder da pç Brasil. Espero que tudo se resolva na vida dele e que esses juízes tenham vergonha na cara e condenem bandidos e não heróis. Um beijão da amiga Jo.
Joana Brasil a 24 de Fevereiro de 2007 às 22:15

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