Simplesmente Lu

Maio 10 2010

Por Paulo Nunes

A história do Brasil, tão ficcionalizada pelas fontes oficiais, teve, após o processo de redemocratização, uma ajuda de peso: a literatura. Ou melhor, a literatura sempre esteve à disposição da história. Após a redemocratização do país talvez tenhamos ficado menos ortodoxos. A literatura, outrora acusada por alguns de “mentirosa”, passou a ser um instrumento indispensável para o Brasil que deseja conhecer a si, com todas as letras. Pois, como afirma o professor Hayden White, em entrevista à Folha de São Paulo, em setembro de 1994: “Acredito que a distinção entre fato e ficção foi transcendida pelo modernismo literário (...) A escrita experimental dos grandes modernistas nos mostra uma via para problematizar a representação do passado”.  Como pensar no nosso futuro sem avaliar o papel que a Amazônia desempenha nesse contexto? Afinal os interesses internacionais sobre a maior floresta tropical do planeta são uma realidade de que não podemos nos esquivar.

É pensando nessa perspectiva de Hayden White, exposta acima, que vejo a “obra amazônica” de Dalcídio Jurandir (1909/1979). Dalcídio é um escritor ímpar no cenário de nossa literatura. Entre 1929, data da primeira versão de Chove nos campos de Cachoeira, e 1979, ano de seu falecimento, o autor construiu, disciplinadamente, uma obra que influenciaria em definitivo a escrita romanesca da literatura brasileira de expressão amazônica. Mais que isso, Jurandir, sabendo da importância de seu trabalho, parece ter aplicado literariamente a máxima de Eugene Horn, autor de A Hiléia amazônica, que, citado pelo mestre Eidorfe Moreira (1912/1989), afirma: “A Amazônia não é ‘terra de promissão’ nem ‘terra de riquezas incalculáveis’, mas uma terra de problemas desconcertantes, ainda por resolver” (Horn apud Moreira: 1989:12).

Palco de conflitos de classes e de grupos, o romance dalcidiano inaugura um momento em que, salvo engano, o Brasil tende a enxergar o Norte do país de modo singular, longe da ótica estrábica do exotismo de que muitas vezes foi vítima. Assim, Jurandir inscreve-se no rol dos escritores que, na visão de White, figuram entre os “grandes modernistas que ajudam a problematizar o passado” brasileiro. Não é à toa que Flávio Aguiar selecionou, para a antologia Com palmos medida (Fundação Perseu Abramo/ Boitempo Editorial, São Paulo, 1999), prefaciada por Antonio Candido, um trecho do romance Marajó, no qual Dalcídio Jurandir denuncia as injustiças do latifúndio e ironiza a ingenuidade dos projetos vazados em utopias vazias, como a que é defendida por uma das personagens-chave da referida obra: Missunga, herdeiro do coronel Coutinho, o qual simboliza o latifundiário marajoara.

A Amazônia, nos romances do “índio sutil”, como Jorge Amado chamava o autor de Chove nos campos de Cachoeira, é o cenário de êxtases e conflitos constantes. A obra, composta de 10 romances, é extensa, flui no remanso das marés amazônicas, à moda de um roman-fleuve (romance-rio), para utilizar uma expressão empregada por Massaud Moisés sobre a obra doExtremo Norte”. Nesse conjunto romanesco, Alfredo – filho de dona Amélia (uma negra) com o Major Alberto (branco, representante da aristocracia decadente do Marajó) – atravessa várias fases de sua vida, da infância à maturidade. De certo modo, a evolução de Alfredo representa a transmutação da região amazônica. Aqueles que, entretanto, pensam estar diante de um romancista que realça a faceta exótica da floresta equatorial, enganam-se. Os romances do “Extremo Norte” são universais, uma vez que desnudam diante do leitor conflitos humanos como a solidão, o ciúme, a inveja, o amor, a disputa pelo poder. Tudo a partir de uma poética do romance que associa os níveis popular e literário de linguagem.

Detentor das maiores premiações literárias de sua época, como o “Prêmio Machado de Assis”, concedido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra, Dalcídio Jurandir experimentou em vida agruras (foi preso diversas vezes; vide os documentos das polícias políticas brasileiras do Arquivo Público do Rio de Janeiro) e glórias (foi reconhecido por alguns dos mais significativos críticos literários brasileiros). O filósofo Benedito Nunes, conterrâneo do romancista e crítico literário, afirmou, em artigo no Estado de S. Paulo, em 1961: “Dalcídio Jurandir foi o introdutor da paisagem urbana da Amazônia na literatura brasileira”. De fato, a partir de Dalcídio Jurandir, não somente devido ao cenário urbano como também ao rural, a Amazônia nunca mais seria vista da mesma maneira pelos leitores brasileiros. Assim, penso que o romance dalcidiano colabora decisivamente para que a visão de uma Amazônia exótica, difundida por diversos cronistas-viajantes dos séculos XVIII e XIX, seja superada.

Em 1996, a Universidade da Amazônia lançou, em seminário de estudos sobre Jurandir, um antológico volume da revista Asas da Palavra exclusivamente dedicado ao autor de Marajó. Em 2001, a Universidade Federal do Pará e a Universidade da Amazônia reuniram em Belém, Soure e Cachoeira do Arari pesquisadores da obra do mais significativo romancista amazônico de todos os tempos. O projeto denominou-se “Colóquio Dalcídio Jurandir” e foi coordenado pelo prof. Dr. Gunter Pressller, da UFPa, que nessa tarefa foi por mim assessorado. O colóquio enfatizou então os 60 anos de Chove nos campos de Cachoeira. As ações das duas universidades têm contribuído no sentido de criar condições para a reedição nacional desse autor essencial para a literatura brasileira. Na capital do Pará, Jurandir contactou inúmeros intelectuais, entre os quais destacou-se Bruno de Menezes, introdutor, em 1924, do Modernismo no Pará e coordenador da revista “Belém Nova”, órgão “oficial” paraense da nova estética. Em 1941, na busca de melhores oportunidades, o romancista transfere-se em definitivo para o Rio de Janeiro, onde passaria mais tarde a atuar nas fileiras do Partido Comunista do Brasil, transformando-se num dos principais atores dos tensos bastidores políticos brasileiros, que desaguarão na ditadura de 64. Célebre é um episódio em que Jurandir, representante dos socialistas, confronta-se com Carlos Drummond de Andrade, representante dos liberais, pelo controle do congresso da Associação Brasileira de Escritores (ABDE), realizado em 1949. Este fato histórico pode ser melhor conhecido em O imaginário vigiado: a imprensa comunista e o realismo socialista no Brasil, de Dênis de Morais (José Olympio, 1994).

Dalcídio Jurandir, como já disse, é o autor da mais significativa obra do romance brasileiro de expressão amazônica. Um dos grandes autores da literatura da Latinoamérica. E isso não é exagero. A reedição e distribuição nacional da obra dalcidiana irá comprovar esse fato. Influenciado por Balzac, Proust, Joyce, sem deixar de lado os narradores orais populares da infância passada na Ilha do Marajó, Dalcídio escreveu uma obra visceral, essencial para se conhecer os conflitos do extremo norte brasileiro (salvo engano, a região do Brasil menos conhecida dentro do país), sobretudo aqueles em que Alfredo e as demais personagens atuam em Cachoeira, Belém e no Baixo Amazonas.

Autor de períodos longos (quando o contexto pede e isso interessa ao narrador), de estilo encharcado, semanticamente norteado pela poética das águas amazônicas, Dalcídio é autor daquilo que chamei, em Pedras de encantaria (2001), de aquonarrativa. Este estilo de escrita – que nem sempre obedece rigorosamente a pontuação gramatical – contrasta-se ao de outro mestre do romance de 30 da literatura brasileira, Graciliano Ramos. Ramos, que por sua vez, é o autor daquilo que chamei de sedenarrativa. Ao contrário de Dalcídio, o mestre alagoano escreve em estilo lacônico, pausado, árido, que remete à secura do sertão nordestino. Eis o contraste entre dois paradigmas do romance brasileiro, contraste que enriquece o panorama da nossa literatura.

 

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Paulo Nunes é professor do Centro de Ciências Humanas e Educação da Universidade da Amazônia (Unama), Belém, Pará. Mestre em Letras pela Universidade Federal do Pará. Cursa doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, onde escreve tese sobre o romance Belém do Grão Pará, de Dalcídio Jurandir. Autor de inúmeros ensaios, publicados em revistas universitárias e/ou literárias, Paulo escreveu, junto com Josse Fares, Portugal, nosso avozinho, Brasília, Letrativa, 2000, e Pedras de encantaria: dois estudos amazônicos, Belém, EdUnama, 2001, entre outros. Ele coordena, também com a professora Josse Fares, a pesquisa literária do projeto “Belém da Memória: a cidade o olhar da literatura”, da “Casa da Memória” da Unama.


FONTE: http://www.dalcidiojurandir.com.br/artigos/sobreautor/autor5/texto5.htm

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 07:13
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Maio 10 2010

 

"Todo meu romance distribuído, provavelmente, em dez volumes, é feito, da maior parte, da gente mais comum, tão ninguém, que é a minha criaturada grande de Marajó, Ilhas e Baixo Amazonas.Fui menino de beira de rio, do meio do campo, banhista de igarapé. Passei a juventude no subúrbio de Belém, entre amigos, nunca intelectuais, nos salões da melhor linhagem que são os clubinhos de gente da estiva e das oficinas, das doces e brabinhas namoradas que trabalhavam na fábrica.  Um bom intelectual de cátedra alta diria:  são as minhas essências, as minhas virtualidades.  Eu digo tão simplesmente:  é a farinha d’agua dos meus bijus (sic).  Sou um também daqueles de lá,  sempre fiz questão de não arredar pé de minha origem e para isso, ou melhor, para enterrar o pé mais fundo, pude encontrar uma filiação ideológica que me dá razão.  A esse pessoal miúdo que tento representar nos meus romances chamo de aristocracia de pé no chão".


Dalcídio Jurandir

(Folha do Norte, 23 de outubro de 1960)


FONTE: http://www.dalcidiojurandir.com.br

 

 

Dalcídio Jurandir Ramos Pereira nasceu em Ponta de Pedras, ilha do Marajo, Pará, 10 de janeiro de 1909, faleceu em 16 de junho de 1979, na cidade do Rio de Janeiro onde viveu maior parte de sua vida. Filho de Alfredo Pereira e Margarida Ramos.

 

É considerado um dos maiores escritores da Amazonia.

 

Dalcídio estudou em Belém, até 1927.

 

Em 1928 partiu para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como revisor, na revista Fon-Fon. Em 1931 retornou para Belém. Foi nomeado auxiliar de gabinete da Interventoria do Estado.

 

Escreveu para vários jornais e revistas:  O Radical,  Diretrizes, Diário de Notícias, Correio da Manhã,  Tribuna Popular, O Jornal ,  O Cruzeiro e A Classe Operária. No semanário Para Todos, trabalha como redator, sob a direção de Jorge Amado.

 

Militante comunista, foi preso em 1936, permanecendo dois meses no cárcere, conseguindo a custo, levar consigo o Dom Quixote, de Cervantes. Em 1937 foi preso novamente, e ficou quatro meses retido, retornando somente em 1939 para o Marajó, como inspetor escolar.Em 1940, vai a Santarém, Baixo Amazonas, para exercer as funções de secertário da Delegacia de Recenseamento.

 

Obtém o primeiro lugar com o livro Chove nos Campos de Cachoeira no concurso literário instituido pelo jornal Dom Casmurro e pela Editora Vecchi, concorrendo com quase uma centena de escritores.   Faziam parte da comissão julgadora: Jorge Amado,  Álvaro Moreyra, Oswaldo de Andrade e Raquel de Queiroz.

 

Em 1950, foi repórter da Imprensa Popular.   Nos anos seguintes viajou à União Soviética, Chile.  Publicou o restante de sua obra, inclusive em outros idiomas.

 

Em 1972, a Academia Brasileira de Letras concede ao autor o Prêmio Machado de Assis,  pelo conjunto de sua obra.


Em 2001, concorreu com outras personalidades ao título de "Paraense do Século". No mesmo ano, em novembro, foi realizado o Colóquio Dalcídio Jurandir, homenagem aos 60 anos da primeira publicação de Chove nos Campos de Cachoeira.


Em 2008, o Governo do Estado do Pará instituiu o Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir.


Em 2009 comemorar-se-á o Centenário do escritor e estão sendo realizadas campanhas para que até lá todos os seus livros sejam novamente publicados.

OBRAS

Série Extremo-Norte

• Chove nos Campos de Cachoeira  - 1941
• Marajó  -  1947
• Três Casas e um Rio -  1958
• Belém do Grão Pará  -  1960
• Passagem dos Inocentes  -  1963
• Primeira Manhã   -  1963
• Ponte do Galo  -  1971
• Os Habitantes  -  1976
• Chão dos Lobos  -  1976
• Ribanceira  -  1978

Série Extremo-Sul
• Linha do Parque  -  1951

Publicações póstumas
• Passagem dos inocentes – Editora Falângola, 1984
• Chove nos campos de Cachoeira – Editora Cejup, 1991
• Marajó – Editora Cejup, 1992
• Três Casas e Um Rio, Editora Cejup, 1994
• Belém do Grão Pará- Edufpa/Casa Rui Barbosa – 2004
• Dalcídio Jurandir - Romancista da Amazonia – Ensaio Biográfico – Casa de Rui Barbosa/Secult

 

FONTE:

http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=6085

 

LEIA MAIS AQUI:

Feira do Livro: Seminário comenta obra de Dalcídio Jurandir:

http://simplesmentelu.blogs.sapo.pt/81515.html -

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 07:07
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Abril 21 2010

Evento em Nova York homenageia Clarice Lispector

Os 90 anos da escritora Clarice Lispector (1920-1977), completados apenas em dezembro, serão celebrados amanhã em Nova York. A homenagem será feita em um evento interdisciplinar promovido pela City University of New York (Cuny) e a Americas Society. O programa em tributo à autora, também apresentado pelo Consulado do Brasil, terá início na noite de amanhã, com o seminário Clarice Lispector: "Her Life and Legacy" (Clarice Lispector: Sua Vida e seu Legado).

 

O encontro terá participação de escritores e estudiosos Nadia Gotlib, Adriana Lisboa e Moacyr Scliar, com moderação de Lídia Santos. Em setembro, quando começa o ano letivo, o centro de graduação da universidade local terá uma programação dedicada à narrativa e extensa influência de Clarice Lispector, com leitura de obras da escritora, em português e traduzidas, além de debates e exibição de filmes baseados nos livros da autora.

 

(Agência Estado)

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 20:01
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Fevereiro 02 2010

Publiquei este artigo em abril do ano passado, na revista Amazônia. Fica como contribuição, acho que tem a ver com esse insólito esquecimento da edição de Belém do Fórum:

O FSM como democracia de alto impacto

 

O Fórum Social Mundial passou por Belém, seguiu, e há de ter levado coisa e gente junto consigo. Há, também, de ter deixado algo. As reflexões, inflexões e flexões que lhe são próprias, e que vão muito, imensamente, além da papa que a imprensa local disse a respeito, hão de ter semeado em campo contundente. O que se deve fazer é regar e aguardar. Digo isso pensando num sujeito de aparência nervosa, incomodado pelo ocaso do neoliberalismo e cuja identidade, certamente, não revelarei e que, alguns dias após o Fórum, procurava me incomodar com meia dúzia de reflexões políticas de índole metafísica e hálito amargo. Dizia ele que o Fórum era o ocaso das esquerdas, um cume apolítico, etc, e justificava isso observando que o Fórum “não deixou nada de concreto”.
Como não tenho grande paciência para o debate que não é debate, mas duplo monólogo, ouvi-o com generosidade parcimoniosa e deixei para escrever por aqui o que eu teria a lhe responder e que se resume numa única colocação: o “concreto” de que fala, tal como pensa, não é possível, desejável e nem necessário. Porque o Fórum é uma experiência democrática de alto impacto, e isso, tal como outras experiências congêneres, democráticas e de alto impacto, não produzem centralizações, unificações ou sínteses, mas sim polifonias.

 

CONTINUA AQUI
 

 

Parece que não aconteceu
Aliás, nem parece que foi no ano passado que o Fórum Social Mundial aconteceu aqui em Belém., Parece que foi no século passado. A mídia esqueceu e, junto com ela, universidades, ONGs, a política... Será que ninguém vai fazer uma avaliação a respeito? Será que o FSM passou por Belém e não deixou nada de concreto?


 

 

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 16:38
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Janeiro 25 2010

Dez anos depois da primeira edição do Fórum Social Mundial, em 2001, a proposta de um outro mundo possível, criada em contraposição ao avanço do neoliberalismo representado pelo Fórum Econômico de Davos ainda é atual. A análise é do empresário Oded Grajew, considerado pai do FSM.

Mais do que nunca um outro mundo é possível. Há dez anos o modelo neoliberal estava no auge, o Meném [Carlos Menén, ex-presidente da Argentina] era recebido como modelo a ser seguido. Hoje o quadro político mudou, principalmente na América Latina. Vários frequentadores do fórum estão hoje nos governos, disse em entrevista Agência Brasil.

Em dez anos, na avaliação de Grajew, o fórum conseguiu emplacar ideias que se transformaram em políticas públicas e chegou a apresentar as fórmulas para que países saíssem da crise financeira internacional. Vários países que se salvaram da crise seguiram propostas e recomendações do fórum, como o controle do sistemas financeiro e o fortalecimento da economia no mercado interno, citou.

O legado do maior encontro de movimentos sociais do planeta também inclui a criação de uma sociedade civil global, que fez o FSM se espalhar pelo mundo, segundo Grajew, e garante a atuação da sociedade civil em espaços de decisão como as reuniões do G-8 e a Conferência da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Uma década depois da primeira edição, Grajew reconhece que o fórum é visto com menos preconceito pela sociedade, que considerava o encontro esvaziado de propostas concretas. Quando começou não era levado a sério, era visto com um lugar de gente que só sabe protestar. Hoje é muito mais levado a sério. Não significa que ficou menos revolucionário, as propostas são muito avançadas.

Com o enfraquecimento das políticas neoliberais, o fórum tende a concentrar as críticas e reflexões em novos temas, principalmente a sustentabilidade.

O outro mundo possível se torna cada vez mais urgente. A questão ambiental é uma ameaça. Temos que ter outro modelo de produção, de consumo e outra relação com a natureza, lista.

Segundo Oded Grajew, entre os desafios do FSM para os próximos anos também está a necessidade de mudanças nos sistemas de financiamentos de governos.

O FSM 10 anos começa na próxima segunda-feira (25) e vai até o dia 29, com cerca de 500 atividades em Porto Alegre e em municípios da região metropolitana da capital gaúcha. A expectativa é que 30 mil pessoas passem pelo megaevento durante a semana.

(AE)

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 01:38
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Janeiro 18 2010
16.01.2010

 




Em honra, a fome. Em glória, a sede.

Maiores desesperos do corpo. Movimento de falta pelo que não foi mastigado ou bebido. Carnes trementes pelo nutriente falido; músculos que juntos protagonizam escândalo na mente quase insana, que clama, sem cerimônia, “pão!”.

Ingenuidade interrompida. Abundância no raso. Alguém grita: lá, o pão! E se vão, centenas de pares de olhos, sem ternura, sem doçura, a caça, ou mesmo luta, pelo alento das fibras. A fome fala, na voz que emudece. Pressa! Ser acalmado pelo pão que, lacônico perfeito, reabastece o gesto sereno do hiante. Majestoso em seu trigo ao faminto que lhe reza “bem vindo”. Este não come, devora!

Corpos suam nessa afobação. Suor. Água. Qual a diferença? O primeiro é derramado no duelo pela segunda. Um copo d’água, não importa se sujo. Importa se é água. Olhares vivos, quase mortos, semi-loucos.  Não há carinho, beleza ou fé. Mas há contemplação. E muito verdadeira. Determinada e forçada pelo instinto. Sobrevivência. Sem afetuoso brilho ou gentil dúvida: um ganido, um soco, um chute e o definitivo golpe. “É minha a água!” E cai o outro. O alguém bebe, senti afinal derramado na seca língua a tão rara e imunda água. Ao morto, apenas seus olhos gelados, de canto, parecem chorando; deste caído, seu sangue é coágulo. A boca aberta parece falar, “não, era minha a água!” Na sede, cantam-lhe vossos olhos a cega presença que o outro lhe desperta – o outro: também caçador de sua água, do mesmo modo, por ela, vence ou cai.

Um país, Haiti. Há algo maior que um Plano Marshall para reconstruir aquele bolo de escombros, carnes e humanos?

 

Fonte: http://blogs.abril.com.br/poemasvalentulus

 

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 13:31
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Novembro 12 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

== 11-11, 12-12 e 21-12 == A TRÍADE DE PORTAIS ESTELARES DO AMOR

 

Uma mensagem de Metatron através de Tyberonn, 8 de novembro de 2009


Saudações! Eu sou Metatron, Senhor da Luz. E abraço todos vocês na energia do Amor Incondicional!

E assim falaremos sobre a Tríade de Portais Estelares. Nós lhes dizemos que existem três aberturas frequenciais importantes ocorrendo no final deste seu ano. Elas vão ocorrer nos dias 11 de novembro de 2009, 12 de dezembro de 2009 e 21 de dezembro de 2009.

Estes portais estelares são uma parte importante da “Mudança Planetária”. Os três portais frequenciais citados formam uma Tríade de corredores de entrada, que trabalharão juntos para ajudá-los a passar por uma poderosa transição. O planeta está mudando de estação espiritual.

Os dias 11-11, 12-12 e 21-12 estão agrupados ao redor da liberação do medo e da aceitação do AMOR. Constituem o Retorno do Coração da Pomba. Eles trazem a Tríade de Portais Estelares do Amor – AMOR revigorado – e realmente são um aspecto e uma função da Idade Cristalina. Desta forma, o balanço do arco da dualidade diminui.

O AMOR É PRÓ-ATIVO

Mestres, nós lhes dizemos que, nos reinos Celestes, o amor é uma força frequencial pró-ativa. A tríade de portais oferece um aspecto generoso de amor que lhes dará a força de vontade para serem harmonicamente decididos em vez de passivos.

A Tríade de Portais capacita a humanidade a restabelecer uma influência apaixonada através da ação vigorosa. Onde a timidez e o medo fecharam portas internas, esta Tríade de Amor oferecerá a confiança frequencial que as reabrirá. Em 11-11, ela será recebida no nível micro, individualmente. Em 12-12, será recebida no macro, em grupo e em massa. E desta forma, manterá a passagem aberta para toda a humanidade passar pelo mesmo portal.

A energia que é oferecida na Tríade de Portais como sempre envolve a escolha e o discernimento de cada um de vocês. Mas também exige ação da sua parte para ativar a energia da capacitação que está se tornando disponível para toda alma humana que busca.

Essa energia lhe oferece a visão para enxergar o que não mais lhe serve e a capacidade de assumir os aspectos multidimensionais da sua consciência, oferecendo-lhe acesso ao lugar de poder na sua superalma. O local da sua superalma é o centro do poder e da Verdade Universal. E a Verdade Universal encontra-se em um campo de AMOR que, nos seus termos, é desprovido de medo. Ele se expande quando você entra, e lhe possibilita a capacidade de acessar uma vasta sabedoria e informações que o ajudarão na sua jornada de Ascensão.

Assim, você descobrirá que, em muitos aspectos, o propósito da sua vida e o sucesso dele estão ligados aos de outras pessoas. È imperativo que a humanidade descubra que cada um pode manter a realidade individual enquanto coopera com outros para produzir o potencial e os resultados mais elevados.

A HARMONIA NA IDADE CRISTALINA

Na Idade Cristalina da Terra Ascensionada, a parceria com outros de conteúdos diferentes será muito passível de ser realizada, quando a liberação do medo for permitida e o amor não for reprimido. Cooperação e harmonia não criam limitação, mas sim, expansão e criatividade.

No entanto, esta possibilidade requer responsabilidade. Não significa servilismo nem passividade na agonia da dualidade. O amor exige comprometimento de forças. Isto não significa intimidar os outros nem se permitir ser controlado pelo medo. Na verdade significa manter-se na sua própria verdade, e isto requer coragem delicada mas sólida.

O medo, da nossa perspectiva mais elevada, não é o oposto do amor. Na verdade, ele tem seu papel proposital na dualidade, assim como todos os “obstáculos”. E o AMOR também não tem que eliminar o medo em si. Em vez disso, em geral os dois trabalham em conjunto para permitir que a humanidade encontre a solução harmoniosa.

Mas não nos compreenda mal; o medo desenfreado pode separar e realmente separa. Ele reprime a sabedoria. Assim, ele é um catalisador na dualidade. O medo é empregado por aqueles que têm planos e desejo de controlar. Liberar o medo através da consciência da unidade é o teste final para todos vocês.

Como o seu grande mestre Mahatma Ghandi falou, quando você desarma o seu próprio coração em unidade com aqueles que são temidos e controladores, você desarma o coração deles também. Não se entregando, mas se mantendo firme no seu poder e verdade e, ao mesmo tempo, aberto para a unidade no amor dos outros.

Violência gera violência, e nunca é a resposta para a solução de conflitos. Por enquanto pode parecer que o lado escuro está vencendo, mas no final, é sempre o amor que prevalece.

Então, em essência, estes são os dois níveis de medo com os quais a Tríade de portais vai ajudá-lo a lidar. O primeiro é o medo interno, o medo que faz com que você se torne fraco, enchendo-o de dúvidas e confusão, prejudicando o Amor por Si Mesmo.

O segundo é o medo que vem de fontes externas. Em poucas palavras, é ficar “preso” por permitir que outros, em grupo ou individualmente, o controlem e limitem a sua liberdade.

Para superar as consequências prejudiciais do medo e seus efeitos colaterais de desespero, depressão e imobilidade, tudo o que se requer é encará-los com força. Em seguida, peça à sua Divindade para criar possibilidades e situações que sejam livres de medo e de danos, e então escolha o poder da vontade para vivê-los. Seja ativo!

TRÍADE DE PORTAIS: UM TEMPO DE PERCEPÇÃO INTERNA E RECARGA

A Tríade de Portais vai prover uma recarga, um reforço de coragem e percepção interna, dentro da vibração do AMOR ativo. Você será “empoderado”. Quando o medo for encarado e liberado, você descobrirá um fluxo interno de energia. Dentro dessa energia, você abrirá canais de criatividade antes adormecidos, e a criatividade leva ao poder de dirigir a sua própria vida. Mas a vibração do amor deve sempre guiar a utilização sábia do poder. As pessoas do seu planeta que verdadeiramente exercem o maior poder, fazem isso em fraternidade e transpiram delicadeza. O verdadeiro poder também é sutil. Mas é preciso ter percepção interior para conseguir isto.

No dia 11 de novembro, será introduzida uma energia que ajudará todos vocês a sair de uma vez das caixas energéticas nas quais muitos ainda estão presos, geralmente sem saber que estão. Alguns de vocês podem nem sequer estar conscientes das confusões em que estão enredados. O componente principal do confinamento é, mais uma vez, a velha energia do medo. E é um aspecto do medo que é multidimensional dentro do holograma de dualidade do tempo simultâneo do seu planeta. Muitos aspectos, que estão vindo à tona na energia ascendente, na verdade são remanescentes de encarnações individuais coincidentes, e que precisam ser limpas, clareadas.

Em essência, houve um recuo de muitos Trabalhadores da Luz, nos últimos meses; uma sensação de pausa. É por isto que, nas últimas semanas, muitas pessoas se sentiram presas, atoladas numa energia baixa que contém ondas de dúvida.

Nesta atual fase de desequilíbrio, dirigida astrologicamente, a velha energia está ressurgindo. Mas o que se vê não são apenas as religiões controladoras pseudo-sacrossantas; na verdade, todos os aspectos de falsas crenças que envolvem controle e vingança estão sendo levados à ebulição no cadinho exigido para a limpeza do planeta. Em essência, isto é o teste alegórico da “Tentação de Kristos” e é o espelho que reflete aquilo que não serve mais.

Queridos, recentemente lhes dissemos que as velhas religiões e as velhas crenças dogmáticas de controle estão na sua agonia final. A Luz atrai insetos, sempre foi assim. A violência nunca é a resposta. Todas as respostas se encontram na força da harmonia.

Aqueles dos quais é exigido, no novo paradigma, que abdiquem dos velhos tronos do poder, tanto no governo quanto (e especialmente) na velha energia da religião, não farão isso de boa vontade. Eles não cairão sem uma luta.

Mestres, vejam as incidências disto que ocorreram só durante o último mês na América. Isso está se manifestando em duas frentes, uma que é ativamente a cena central, e outra que é individual e submissa. Não caiam no pântano tranquilo da rendição.

O CORAÇÃO DA POMBA: A ROSA DE KRISTOS

Os dias 11-11, 12-12 e o Solstício de Dezembro são portais energéticos que vão ajudá-los a sair da lama. É o Retorno do Coração da Pomba e lhes oferece aquilo que alguns chamam de “Rosa de Kristos”. É o Coração da Pomba. É o momento de irradiarem sua luz e isto exige energia.

Existem muitos caminhos e muitas escolhas na estrada de crescimento de cada um. Um homem sábio é aquele que não se entrega facilmente às ameaças nem às ações dos “do contra”, que tentarão, na sua negatividade, gerar descrédito ou ameaças através do véu crítico do falso moralismo.

A Ascensão planetária necessita de buscadores que recuperem sua vontade e façam brilhar sua intenção decisiva num farol de confiança que não seja afetado pelos preconceitos e tendências da dualidade a cada momento.

Está na hora de correr através da lama. Queridos, se vocês abaixarem suas cabeças em desespero e confusão, o raio dos seus corações diminuirá de intensidade. Percam o momentum e o seu impulso para frente será abreviado. Se engolirem a animosidade e as ameaças amargas dos “do contra”, vocês ficarão desencorajados e, na verdade, este é o motivo do controle deles. Este é o papel deles na dualidade, entendem? – Enredá-los na confusão e na dúvida.

O Guerreiro Espiritual não pode, não deve permitir que as hostilidades do mundo externo penetrem as camadas de harmonia e amor em seu interior. Não se entregue! A rendição submissa seria individualmente sutil e muda, mas o arrependimento coletivo seria sentido no micro e no macro por toda a humanidade.

 

 
ENCERRANDO:

O Espírito ouve todos vocês. O Espírito fala aos corações em voz baixa e tranquila. O Espírito revela sua VERDADE a partir de dentro e exibe sua fidelidade através de cada passo do seu caminho de iluminação. O Espírito não é definido pela religião nem confinado por nenhum dogma. O Espírito também não busca aprovação na boa opinião dos outros nem na falta dela. O Espírito é VERDADE e a Verdade é resplandecente na forma e na falta de forma. O Espírito sempre projeta a frequência da impecabilidade na Lei Universal.

A abertura frequencial que ocorrerá em 11-11 (11 de novembro de 2009) é a que lança luz em todos esses aspectos. Na verdade, esse portal já está aberto desde a lua cheia do dia 2 de novembro. Revejam o 11:11. Façam um inventário. No dia 12-12 reúnam-se em grupos onde for possível e liberem.

No dia 21-12, projetem amor e assumam ativamente seu poder. O Amor é pró-ativo. O Amor é sustentador mas firme. O Inverno Espiritual no seu planeta está dando passagem, através da Energia Cristalina, para uma Primavera verdejante. Plantem as sementes nos seus corações, no AMOR nutridor e poderoso.

Esta energia está brilhando na Tríade de Portais através da emergente Grade Cristalina 144. Utilizem-na! É assim que a Ascensão acontece!

Eu sou Metatron e compartilho estas Verdades com vocês. Vocês são Amados!

E assim é
 

  

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Tradução de Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
Fonte: www.Earth-Keeper.com
Os direitos autorais desta canalização pertencem a www.Earth-Keeper.com. A publicação em websites é permitida, desde que as informações não sejam alteradas e os créditos do autor e seu site sejam incluídos. Este material não pode ser publicado em jornais, revistas e nem re-impresso sem a permissão do autor. Para pedir permissão, escreva para EarthKeeper@consolidated.net.

Pedro Coelho
http://www.luzdegaia.org/
 

 

Fonte: Portal Semente da Luz

 

 

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 02:37

Junho 08 2009


            08/06/2009 14:51:13

Índio não quer fumaça 

Veículo: O Globo - Rio de Janeiro
Publicado em: 07/06/2009 - 14:51

 

Galeria de Imagens
 

 
 

 

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 21:50
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Junho 01 2009

 

Copa Ambiental ou Coca Ambiental?????????????????????????????????????

 

Eis o "x" da questão:

Coca-cola venceu Lula! Do blog do Zé Carlos do PV

Segunda-feira, 1 de Junho de 2009

 

 

 
Ontem foi anunciado os nomes das doze cidades que sediarão a copa de 2014. O presidente da FIFA anunciou, em ordem alfabética, o nome das cidades. Começou por Belo Horizonte, passou para Brasília, em seguida, anunciou Cuiabá. Nossa espera tinha chegado ao fim. Dai foi só confirmar, que Manaus era a cidade escolhida na Amazônia. Uma injustiça com a região e com Belém.Com isso, ficou claro que o critério utilizado pela FIFA não foi o futebol, mas o poder de patrocínio. Único ítem que perdiamos para o Estado vizinho. O Amazonas, por conta da Zona Franca de Manaus, conta com apoio de empresas estrageiras com força junto a FIFA e isto foi decisivo.Lamento pelos paraenses, tão apaixonados que somos por futebol. O meu reconhecimento a equipe de trabalho do Pará, que fez tudo que era possível para trazer essa decisão a nosso favor. O Pará cumpriu todas as exigências da FIFA, mas não tinha como competir no ítem recursos financeiros de patrocínio. Lula pediu pelo Pará e a Coca-cola pediu por Manaus, ganhou a empresa de refrigerantes. Perdeu o futebol.
 

Fonte: http://alanwantuir.blogspot.com/

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 14:47
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