Simplesmente Lu

Maio 30 2013

Joias e artesanato do Pará serão expostos em Portugal

 O anel “Desabrochar”, com gema vegetal de açaí e prata, uma criação de Ivam Pereira, estará na exposição.
FOTO Ocione Garçon

Joias, moda e artesanato do Polo Joalheiro do Pará poderão ser vistos na exposição “Cultura e Natureza: o Luxo do Design, Moda e Manualidades Amazônicas”, que faz parte da ampla e variada programação artística do “Encontro Luso-Brasileiro de Territórios Criativos”, evento que debaterá cultura, criatividade e desenvolvimento territorial, marcando o encerramento do Ano do Brasil em Portugal.

A exposição acontece de 7 a 09 de junho deste ano, no Espaço Brasil, em Lisboa (Portugal), situado no LX Factory, local em que a Funarte (Fundação Nacional das Artes) concentra a programação do encontro - uma iniciativa do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Economia Criativa (SEC/MinC).

Já a exposição é uma realização da Secretaria da Economia Criativa, em parceria com o governo do Pará, por meio da Secretaria Especial de Estado de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip), Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

Conferências e palestras integram a programação do encontro, que mostrará cases de territórios criativos do Brasil e de Portugal. Entre as experiências brasileiras, além do Espaço São José Liberto (Polo Joalheiro), representando o Pará e a Amazônia brasileira, Minas Gerais será representada pelo Polo Criativo da Zona da Mata Mineira.

Além da exposição, a experiência desenvolvida pelo Polo Joalheiro do Pará será apresentada por Rosa Helena Neves, diretora executiva do Espaço São José Liberto, e Airton Fernandes Lisboa, diretor de Desenvolvimento de Comércio e Serviço da Seicom. Eles falarão sobre o tema “Programa Polo Joalheiro do Pará/Espaço São José Liberto: o simbólico e o material da cultura – uma experiência de território criativo na Amazônia”.

O Espaço São José Liberto é reconhecido como um território criativo, que reúne um grupo de designers, mestres artesãos, ourives, fornecedores de matéria prima local e microempresários paraenses, sendo considerado referência na área de economia criativa pelo MinC. O espaço, desde 2002, ano de sua inauguração, desenvolve atividades que integram setores criativos, como artesanato, joalheria, moda, design, gastronomia, música, teatro, literatura e patrimônio cultural.

 

Bolsa "Cuia de Cupuaçu", criação de Argemiro Münoz e produção da empresa Joia Artemiro. 
Bolsa "Batuque", criada por Mizael Lima e produzida por Simonni Assunção. FOTOS: João Ramid


Sentido da cultura - Sobre a participação do Polo Joalheiro do Pará no encontro, Cláudia Leitão, secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura (SEC/MinC), informou que é preocupação da SEC formular políticas para os territórios e arranjos produtivos, entendendo e ampliando o sentido da cultura para as criações funcionais, que incluem setores criativos que o Espaço São José Liberto trabalha. Setores que, segundo ela, estão diretamente ligados à Secretaria de Economia Criativa, que coordena quatro setoriais no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC): artesanato, arquitetura, design e moda.

“Conhecer o trabalho do São José Liberto, para nós, foi uma surpresa e satisfação. Uma surpresa porque não se imaginava, de certa forma, que já tivesse chegado a tal qualidade, a tal perfeição o trabalho que é realizado, hoje, por essa instituição tão importante para o Brasil. E dar visibilidade para isso é minha tarefa. É uma responsabilidade nossa divulgar e promover encontros de possíveis promoções de negócios, feiras, enfim, de apresentarmos, em Portugal esse território criativo paraense, que tem qualidade para estar presente em qualquer loja de exposição e vitrine do mundo”, destacou Cláudia Leitão.

O “Encontro Luso-Brasileiro de Territórios Criativos” integra a programação de encerramento das atividades do “Ano do Brasil em Portugal/Ano de Portugal no Brasil”, que tem como comissários gerais Antônio Grassi, presidente da Funarte (Brasil), e Miguel Horta, presidente da Fundação Luso-Brasileira (Portugal).

Cláudia Leitão e Rosa Helena Neves. FOTO: Manoel Pantoja - Ascom Igama Divulgação


Airton Fernandes Lisboa explicou que a palestra abordará as iniciativas do governo do Pará voltadas à economia criativa, às políticas de economia solidária e os planos para inserção econômica das populações de baixa renda. É uma oportunidade, segundo ele, de divulgação da diversidade de recursos naturais da Amazônia, hoje, “quando tanto se fala em sustentabilidade, preservação de recursos naturais e na própria cultural local”.

“Vamos aproveitar a oportunidade para mostrar um pouco do ambiente do Pará: nossas potencialidades com a diversidade e a abundância de recursos naturais, sua exploração, sua verticalização, o esforço do governo do Estado em atrair novos investimentos para agregação de valor e, assim, gerar emprego e renda. O que queremos passar para o outro continente é o que temos de bom aqui para ser explorado e a boa vontade do governo de aceitar quem vem para aqui se estabelecer”, explicou Airton, ressaltando que a Seicom foi criada para receber investidores, ordenar e fortalecer a produção local, envolvendo, inclusive, ações de apoio às políticas da economia solidária e criativa, representadas pelo Polo Joalheiro.

Anel e bracelete "Cortadoras", uma criação da designer Rosa Castro. FOTO: Ocione Garçon
 
 

Inovação – Serão expostas 40 peças, dentre bolsas, brincos, anéis, gargantilhas, maxi colares, braceletes, pingentes, terços, prendedores de gravata, broches e peças de artesanato de tipologias diversas. Os expositores fazem parte dos setores criativos do design, da joalheria, manualidades, moda e artesanato, que integram o Polo Joalheiro do Pará.

Rosa Helena Neves disse que o acervo de joias e acessórios de moda da mostra é uma coletânea que agrega peças de diversas coleções lançadas pelo Espaço São José Liberto, que tiveram consultoria da jornalista e consultora de Moda e Estilo Cristina Franco, da designer Regina Machado, consultora de Estilo do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), e de Rosângela Gouvêa Pinto, coordenadora do curso de Design da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

“Coube aos designers e mestres artesãos a complexa tarefa de criar e produzir verdadeiras obras de arte atemporais, que harmonizam a cultura, a natureza e o homem para a difusão da beleza”, frisou Rosa Helena Neves, que assina a curadoria da exposição juntamente com Clarisse Fonseca, curadora do Igama.

As obras que serão expostas agregam técnicas inovadoras, como a incrustação paraense (técnica especial de ourivesaria também chamada de “incrustação a frio”, desenvolvida pelo ourives Joelson Leão) e a utilização de gemas vegetais associadas às gemas minerais. Rosa Helena falará, no encontro, sobre estas e outras técnicas e experimentações desenvolvidas por profissionais que integram o Polo Joalheiro.

Ela destacou o aproveitamento de lentes de óculos CR19, inovação da designer Lídia Abrahim e da empresária Ana Maria Oliveira, que têm aprimorado o processo de reciclagem, que alia a beleza dos metais ao colorido das lentes. Já as gemas vegetais, criadas pelo artesão, pesquisador e mestre ourives Paulo Tavares, são uma nova possibilidade de agregar valor às joias.

 

Coleção Metamorfose Preciosa da Amazônia: pingente "Fada Rosa", com lentes CR19, uma criação da designer Lídia Abrahim, com produção de Hanna Mariah. FOTO: Ocione Garçon

 

As gemas vegetais são criadas a partir de matéria prima natural, como cascas, folhas, flores, frutos e raízes, por meio de um processo que prima pela sustentabilidade, com aproveitamento de resíduos descartados pela natureza ou pelo homem. Cada vez mais incorporadas ao trabalho de designers, artesãos e universitários paraenses, elas têm chamado a atenção também de pesquisadores e designers do fora do Estado e do exterior.

“As gemas vegetais, que são uma novidade no mercado, nascem de produtos extraídos das árvores e têm a proposta de gerar emprego e renda para pessoas de comunidades do interior do Estado, pois é nesses locais que se encontra essa matéria prima. Com isso, estamos buscando sustentabilidade econômica, social e ambiental”, disse Tavares.

Além das gemas vegetais e das lentes, os materiais utilizados para confeccionar as joias, acessórios de moda e manualidades da exposição foram metais nobres (ouro e prata), gemas minerais naturais e orgânicas, azulejos, porcelanas e matérias primas orgânicas, como ouriço de castanha, chifre de búfalo, casca de árvore, casca de cupuaçu, madrepérola de rio, escamas de peixe e madeiras, como coração de negro, angelim pedra, pupunheira e sucupira, além de fibra de tururi e outras fibras da Amazônia.

A exposição do Polo Joalheiro do Pará conta, ainda, com apresentação de João Jesus de Paes Loureiro, paraense de Abaetetuba, escritor, poeta, professor universitário mestre em Teoria da Literatura e Semiótica, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC)/Universidade de Campinas (Unicamp)/São Paulo e doutor em Sociologia da Cultura pela Sorbonne (França).

Confira, abaixo, a programação completa do encontro:

 

 Ascom/Igama


Leia também na Agência Pará de Notícias

 

FONTE: Blog do Espaço São José Liberto

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 00:48

Maio 04 2013
"Memória Afetiva", colar criado pela designer Celeste Heitmann. 
FOTO: Rodolfo Oliveira/Agência Pará

 

Um olhar contemporâneo sobre uma época áurea na história da capital paraense é o que o público encontra na coleção de joias que celebra o mês alusivo às mães, criada e confeccionada por profissionais do Polo Joalheiro do Pará. O modo de ser e viver na Belle Époque, em Belém, inspirou os designers e permitiu uma bela homenagem à cidade na exposição da Coleção de Joias do Dia das Mães, aberta nesta sexta-feira (3), às 18 horas, no Espaço São José Liberto.

Designers, ourives, cravadores, lapidários, produtores e demais profissionais que integram o Programa Polo Joalheiro, mantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), oferecem ao público 30 joias na nova coleção, que se destacam pela riqueza de detalhes e composição, e remetem ao período em que Belém era a porta de entrada da Europa no Brasil.

A coleção tem brincos, colares, anéis e pulseiras feitas em metais nobres, como prata e ouro branco e amarelo, e que ganham o brilho das gemas minerais, como diamante, coral, pérola, rubi, granada, quartzo black, ônix e ametista.

 
 

 
Paris N’América - A ametista realça a criação do designer Felipe Braun. Em forma de rosa, o coral dá o tom romântico e luxuoso às joias criadas pela designer Lídia Abrahim. Já a esmeralda dá um toque especial às peças criadas pela designer Helena Bezerra, intituladas “Musa de Belém”. Helena conta que a inspiração nasceu da observação dos detalhes do teto de gesso da loja de tecidos Paris N’América, fundada em 1870, quando funcionava como ponto de encontro da sociedade paraense.

“É uma viagem ao passado da ‘francesinha do Norte’, como Belém era conhecida na época. É o início do ‘glamour’ e, até hoje, é um dos prédios que mais preservam a arquitetura do período”, ressalta Helena, explicando que o verde da gema é um elo com a questão ambiental, e a tendência de motivos florais da época em que Belém vivenciou o Ciclo da Borracha.

Além das gemas e metais, que dão cor e forma às joias, materiais inusitados ajudam a compor algumas peças da coleção, como as louças portuguesas, herança do pai da designer Celeste Heitmann, que usou os fragmentos para compor o colar em prata com gemas minerais, denominado “Memória afetiva”.

Ela explica que a joia foi inspirada na elegância, no estilo refinado e, sobretudo, no modo de viver da sociedade da época, no que diz respeito à arte decorativa. Segundo a designer, o colar tem estilo jovem, e valoriza artisticamente, por meio de uma herança, as joias contemporâneas, “dando condição de uso a peças antigas, resultando em algo novo e original”.

 

 
Brincos "Elegance", criação da designer Joseli Limão 
 

Inspiração – Azulejos, gradis, objetos decorativos em fachadas de prédios e formas inspiradas no Art Noveau, ainda presente no cenário de Belém, serviram de fonte de informação e inspiração para os designers, durante o Workshop de Geração de Produtos: “Viagens pela Belle Époque: Olhares sobre o cotidiano e o urbanismo da Belém no início do século XX”, promovido pelo Espaço São José Liberto em 2012. O workshop foi coordenado pela consultora Regina Machado, arquiteta, designer de joias, mestre em Comunicação dos Sistemas Simbólicos e doutora em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ).

Rosa Helena Neves, diretora do Espaço São José Liberto, ressalta que o lançamento da coleção no período de celebração do Dia das Mães motiva a escolha de um belo presente. “É uma joia com conteúdo, beleza, sofisticação e romance, que inspira desejo e celebra uma forma de viver que se eternizou na memória do paraense. E na perspectiva do consumo, a coleção tem um perfil acessível, que agrega bom preço à qualidade”, enfatiza a diretora.

Inovações - A lapidação diferenciada, técnica desenvolvida pela lapidária paraense Leila Salame, é outro destaque da exposição. Resultado de experimentações e técnicas que inovam o processo de criação e confecção das joias artesanais do Pará, Leila utiliza grafismos marajoaras para criar uma simetria nas gemas. A lapidação diferenciada, segundo ela, surgiu da vontade de criar além do tradicional, e, ao mesmo tempo, homenagear a cultura paraense.

A lapidação diferenciada pode ser vista nas criações das designers Marcilene Rodrigues e Joseli Limão, que trabalharam, respectivamente, com o quartzo fumê e o quartzo hialino. O anel “Glamour”, criado por Joseli Limão, realça esse tipo de lapidação e foi inspirado nos arabescos da Igreja de Santo Alexandre. A designer também criou o brinco “Elegance”, a partir de detalhes do gradil do Mercado de Ferro, contendo rubis e diamantes.

 
 A lapidação diferenciada se destaca anel e no pingente "Outono", criação da designer Marcilene Rodrigues. FOTO: Rodolfo Oliveira/Agência Pará de Notícias


Criatividade é o que não falta na nova coleção. Até “as folhas ao vento” serviram de inspiração para a designer Marcilene Rodrigues criar anéis, brincos e pingente. As joias, denominadas “Outono”, segundo ela retratam, de forma contemporânea, os caminhos sinuosos característicos da época, quando era comum retratar na arquitetura formas orgânicas de plantas. ”No dia que estávamos no Comércio (durante o workshop) olhando prédios, as praças, deu uma ventania forte, que eu associei a esse paisagismo pitoresco: os bosques, os parques da Belle Époque”, conta Marcilene.

Fazem parte da exposição as seguintes empresas e designers: HS Criações (Helena Bezerra), Danatureza (Joseli Limão), Sila Brasila (Marcilene Rodrigues e Rosáurea Simões), Hanna Mariah (Lídia Abrahim), Ourogema (Felipe Braun), Amazon Art (Lídia Abrahim), Bel Roque (B. Roque), Celeste Heitmann (C. Heitmann) e o produtor Joelson Leão (Fares Farage).

A exposição de joias do Dia das Mães pode ser visitada até 26 de maio, no espaço de exposições do Coliseu das Artes, no Polo Joalheiro do Pará/Espaço São José Liberto. A entrada é franca.

Serviço: Exposição de Joias do Dia das Mães no Polo Joalheiro do Pará. De 3 a 26 de maio, no horário de funcionamento do Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas), das 09 às 19 h (de 3ª a sábado) e das 10 às 18 h (aos domingos e feriados). Entrada Franca.

Leia também na Agência Pará de Notícias

Fotos: Rodolfo Oliveira/Agência Pará de Notícias

Ascom/Igama


FONTE: http://blog.saojoseliberto.com.br/2013/05/belle-epoque-inspira-colecao-de-joias.html

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 00:19

Abril 17 2013

Colar "Matinta", da Coleção "Manualidades:

Lapidando Tendências" - criação da designer Nilma Arraes.

FOTO: João Hamid

O trabalho de fomento ao setor produtivo de gemas, joias e artesanato, desenvolvido no Espaço São José Liberto será destaque no “Encontro Luso-Brasileiro de Economia Criativa para o Desenvolvimento Territorial”, que acontecerá em Lisboa (Portugal), nos dias 7 e 8 de junho de 2013, no Espaço Brasil, administrado pela Funarte (Fundação Nacional de Artes). O evento é uma realização do Ministério da Cultura (Minc), por meio da Secretaria de Economia Criativa.

O encontro faz parte da programação de encerramento das atividades do “Ano do Brasil em Portugal/Ano de Portugal no Brasil”, que tem como comissários gerais Antônio Grassi, presidente da Funarte, e Miguel Horta, presidente da Fundação Luso-Brasileira.

Apenas duas experiências brasileiras e duas portuguesas serão apresentadas durante o evento, cuja programação inclui apresentações e intercâmbios de experiências de economia criativa e desenvolvimento territorial. Do Brasil, foram convidados dois Estados: Pará e Minas Gerais.

 

O trabalho de fomento ao setor produtivo de gemas, joias e artesanato, desenvolvido no Espaço São José Liberto será destaque no “Encontro Luso-Brasileiro de Economia Criativa para o Desenvolvimento Territorial”, que acontecerá em Lisboa (Portugal), nos dias 7 e 8 de junho de 2013, no Espaço Brasil, administrado pela Funarte (Fundação Nacional de Artes). O evento é uma realização do Ministério da Cultura (Minc), por meio da Secretaria de Economia Criativa.

O encontro faz parte da programação de encerramento das atividades do “Ano do Brasil em Portugal/Ano de Portugal no Brasil”, que tem como comissários gerais Antônio Grassi, presidente da Funarte, e Miguel Horta, presidente da Fundação Luso-Brasileira.

Apenas duas experiências brasileiras e duas portuguesas serão apresentadas durante o evento, cuja programação inclui apresentações e intercâmbios de experiências de economia criativa e desenvolvimento territorial. Do Brasil, foram convidados dois Estados: Pará e Minas Gerais.

O Estado do Pará será representado no encontro pelo Programa Polo Joalheiro do Pará, desenvolvido no Espaço São José Liberto, que se tornou referência de política pública e projeto de economia criativa. A outra experiência brasileira é o Polo Criativo Zona da Mata Mineira.

Acessórios de Moda: Carteira "Floresta" - 

criação da designer Rosa Castro. FOTO: João Hamid


EXPOSIÇÃO - O Pará também foi convidado para participar da exposição “Cultura e Natureza: Design, Moda e Manualidades Amazônicas”, que ocorrerá de 7 a 10 de junho, também no Espaço Brasil, em Lisboa. Na ocasião, serão expostos acessórios de moda, joias e manualidades criadas e confeccionadas por profissionais vinculados ao Espaço São José Liberto.

Além da experiência do Polo Joalheiro, o governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), divulgará o Projeto Plataforma Criativa, coordenado pela Diretoria de Comércio e Serviço da Seicom.

Para o governo do Estado, o convite feito pelo Ministério da Cultura é um reconhecimento ao trabalho artístico, produtivo, social e cultural desenvolvido no Espaço São José Liberto. “Esse trabalho é resultado de uma perfeita integração entre o governo do Estado, a Organização Social (que gerencia o espaço), empreendedores, empresas e organizações empresariais que, ao longo do tempo, transformaram o Espaço São José Liberto e o Programa Polo Joalheiro em referência nacional e internacional de espaço e projeto de capacitação e inclusão econômica, como gerador de emprego e renda e, agora, ainda mais fortalecido com o movimento da economia criativa”, ressaltou Airton Fernandes Lisboa, diretor de Desenvolvimento do Comércio e de Serviço da Seicom.

 

Bracelete "Equilíbrio Amazônico I", criação da designer Rosaurea Simões. FOTO: João Hamid 


CULTURA – O fomento à economia criativa, que considera a cultura como eixo estratégico de desenvolvimento, está na agenda de desenvolvimento econômico de vários países. Atividades de setores criativos desenvolvidas geograficamente próximas são chamadas de cidades criativas ou territórios criativos - espaços onde a economia criativa se mostra intensa ou com capacidade de desenvolvimento.

No Brasil, em uma iniciativa do Minc, o Plano Brasil Criativo (PBC) visa desenvolver e fortalecer os setores criativos, para incentivar o crescimento da economia nacional. O Plano está pautado na valorização do potencial humano, respeitando as diferenças e a diversidade de setores criativos de cada região do Brasil.

No Pará, o Espaço São José Liberto é considerado um território criativo desde sua criação, em 2002. De acordo com Rosa Helena Neves, diretora executiva da instituição, o local desenvolve suas ações tendo como eixos estratégicos a diversidade cultural amazônica, a inclusão social produtiva, a sustentabilidade e a inovação, a partir de materiais extraídos da floresta. A referência é a dimensão cultural material e imaterial da Amazônia.

Colar "Sonoro", criado pelo designer Misael Lima.

FOTO: João Hamid


 

“Joias, acessórios de moda e manualidades são criados com um design universal, em que a cultura, a natureza e o homem se harmonizam na geração da riqueza cultural e econômica”, ressaltou a diretora, acrescentando que, neste território (material e imaterial) foram organizadas cadeias produtivas de setores criativos, como as de joalheria, moda, culinária (representada nos licores, doces e bombons regionais comercializados na Casa do Artesão), artesanato e arquitetura.

“É a criação, produção, distribuição e mercado em sintonia com uma proposta inovadora de revelar talentos, gerar trabalho e renda para microempreendedores”, reiterou Rosa Helena Neves.

Ascom/Igama (Com informações da Secretaria de Economia Criativa do Minc)

 

LEIA TAMBÉM AQUI E AQUI:  São José Liberto é exemplo de Economia Criativa

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 16:04

Dezembro 12 2012
Atriz Thaís Araújo, a Golden Girl 2012, com o colar Açaí, criado por Selma Montenegro. FOTO: ISABEL GARCIA - Divulgação AuDITIONS Brasil 2012 – AngloGold Ashanti  

Com o colar denominado Açaí, fruta típica do Pará, a designer de joias paraense Selma Helena Montenegro Botelho, única representante da Região Norte, chega à elite da joalheria nacional. Ela foi selecionada entre 1.386 inscritos de todo o país como uma das 18 melhores na 10ª edição do maior concurso de design de joias de ouro do mundo, o AngloGold Ashanti AuDITIONS. Promovido em vários países pela mineradora AngloGold Ashanti, no Brasil o concurso acontece a cada dois anos, com o objetivo de valorizar o setor joalheiro nacional.

Na solenidade de premiação, ocorrida em 12 de novembro, em Belo Horizonte (MG), além de empresários, joalheiros, jornalistas especializados e políticos, também participaram do evento artistas como Murilo Benício, Eliane Giardini, Carlos Casagrande – que desfilou com o colar de Selma Montenegro -, e a cantora Vanessa da Mata.

Todos os finalistas desta edição do AuDITIONS, que teve “Brasilidade” como tema, estão com suas peças no catálogo do evento, fotografadas no corpo da atriz Thaís Araújo, escolhida a golden girl em 2012, pelo fotógrafo JR Duran, em Foz do Iguaçu (PR). O fotógrafo Almir Pastore, especializado em joias, retratou as peças finalistas. A modelo Luiza Brunet, a golden girl de 2011, também participou da festa.

Dos 18 designers que disputaram a premiação, em duas categorias, saíram vencedores Camila Schmitt com o colar Cana do Brasil, escolhido entre 12 peças na categoria Prêmio AuDITIONS – premiação de R$ 25 mil em barras de ouro - e Carla Abras, com o colar-bolsa Arara, a melhor entre os 10 finalistas da categoria Prêmio AuDITIONS 10 anos, que recebeu R$ 30 mil, também em barras de ouro.

Antes do anúncio final, todas as peças foram desfiladas por modelos, na festa realizada no Palácio das Artes, um dos mais importantes espaços culturais da capital mineira. No dia seguinte foi realizado outro desfile, tendo como público os funcionários das sedes da mineradora no Brasil.

Colar Açaí. FOTO: ALMIR PASTORE. Divulgação  AuDITIONS Brasil 2012 
– AngloGold Ashanti

APELO VISUAL - O colar Açaí mostra, em ouro e gemas orgânicas, um grande cacho do fruto extraído do açaizeiro, palmeira típica da Amazônia. Segundo Selma Montenegro, a joia é conceitual e tem forte apelo visual, tanto pelo tamanho quanto pela característica artesanal da peça, que foi produzida pela Escola Rhama, que tem à frente o ourives e lapidário Ramirez Garcia Gomes. Reinaldo Cardoso de Souza, ourives e instrutor da Escola Rhama – que é uma escola de ourivesaria que funciona no mezanino do Espaço São José Liberto, oferecendo cursos de joalheria básica e avançada – foi quem confeccionou a peça, com a orientação de Selma Montenegro e de Ramirez Garcia.

Ramirez, um dos pioneiros do Programa Polo Joalheiro do Pará, e Reinaldo participaram da solenidade de premiação, convidados por Selma Montenegro.

Sobre a inspiração para criar a joia, a designer diz que a temática foi escolhida por ser uma fruta muito típica do Pará, mas que há vários anos ganhou o mundo. “Por ser uma fruta exótica e saborosa, comercializada de diversas formas, o açaí é muito consumido. É a cara do Pará e do paraense, que produz o fruto em abundância. Eu lembro muito dessa música: ‘Chegou ao Pará, parou. Tomou açaí, ficou...”, reitera Selma.

A designer Selma Helena Montenegro é natural do município de Afuá, no Arquipélago do Marajó e, desde 2002, integra o Programa de Desenvolvimento do Setor de Joias e Metais Preciosos, financiado pelo Governo do Estado/ Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

Além do ouro, fornecido pela mineradora, ela utilizou madeira, caroço de tucumã e fibra de arumã para compor o colar Açaí. “Apesar de o conceito ser voltado para o ouro, a gente tem que saber fazer esse link com a matéria prima regional”, diz Selma, lembrando que esse tema ela abordou em uma peça finalista de outro importante concurso de design de joias do país, promovido pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

“Estou mostrando a força do açaí como algo muito nosso. Mostro o Pará, nossa cultura e nossos costumes. O açaí vem das entranhas do Pará, das comunidades ribeirinhas. Vejo o açaí como uma divulgação do que há de bom aqui”, enfatiza Selma.

Para o AuDITIONS Brasil 2012, a designer também enviou outros dois projetos, Arara Azul e Carimbó, um dos ritmos característicos da cultura paraense. O projeto selecionado foi o último a ser enviado.

Da esquerda para a direita, Reinaldo Souza, Selma Montenegro e Ramirez Garcia, durante a premiação. FOTO: Igama Divulgação

 

EXPERIÊNCIA – O ourives Ramirez Garcia conta que teve muita cautela para construir a peça, pois precisava seguir todas as regras do contrato de produção do concurso. Para ele e Reinaldo Souza, a experiência foi o diferencial, especialmente no uso das ferramentas, já que precisaram preparar formas (embutidores) adequadas ao formato redondo exigido pela peça.

Reinaldo explica que foram criadas ferramentas especiais, ovais e em forma de dado, fora dos padrões da ourivesaria. Os dois ourives usaram até bolas de bilhar, além das cinco peças de madeira e seis de aço. O esforço valeu a pena, segundo Ramirez: “A peça foi muito comentada, e o desfile um espetáculo”, diz ele, que tem mais de 25 anos de experiência na área.

“Esse prêmio representa todas as minhas conquistas como designer. Mostra que nós estamos evoluindo e que podemos estar no meio dos melhores. Mostra a nossa evolução e a evolução da joia do Pará, principalmente em termos de design. Mas ainda há muito para melhorar, e devemos continuar nessa busca. Um concurso do porte do AngloGold AuDITIONS é revelador de novos talentos. Mostra novas formas de se conceber uma joia, novas buscas, a história e a capacidade dos profissionais envolvidos, e abre novos horizontes”, afirma Selma Montenegro, pioneira na Região Norte em concursos de joias, e que agora se junta às duas outras designers paraenses selecionadas em outras edições do AuDITIONS, Clara Amorim e Lídia Abrahim, ambas vinculadas ao Polo Joalheiro do Pará.

De acordo com a organização nacional do concurso, o AngloGold AuDITIONS é um incentivo para os designers brasileiros, pois destaca a criatividade e a excelência do trabalho destes profissionais, que ganham mais reconhecimento e projeção internacional na área do design de joias. O prêmio também colabora para a valorização do ouro, a agregação de valor ao metal e a geração de emprego.

Airton Lisboa, Rosa Helena Neves e Selma Montenegro.FOTO: Seicom Divulgação


CRESCIMENTO - Representantes da mineradora já estudam a possibilidade de realizar programação semelhante em 2013 em Belém, para valorizar a produção local e colocar o Pará no roteiro dos grandes eventos nacionais do setor. As 18 peças finalistas serão mostradas em vários Estados e países, e depois ficarão expostas no museu da mineradora.

A versão brasileira do AuDITIONS é realizada desde 2002. As joias finalistas passam a fazer parte do acervo da empresa. As coleções apresentadas evidenciam o ouro em joias que retratam questões relevantes da sociedade, como o consumo responsável, a sustentabilidade, a preservação da cultura e a identidade nacional.

Durante o evento de premiação, o Pará foi destacado como o maior produtor mineral do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Para Airton Fernandes Lisboa, diretor de Desenvolvimento de Comércio e Serviços da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), o modelo de gestão e as ações do Programa Polo Joalheiro contribuem para a participação do Pará no concurso internacional.

“O programa iniciou em 1988 com o objetivo de agregar valor a produtos minerais, e ainda focando principalmente a inserção social pela produção, naquela época muito trabalhada pelos governos estaduais. Podemos dizer que este programa, que experimentou ciclos e modelos de gestão diversos, sobreviveu e contabilizou resultados positivos nos âmbitos tecnológico, profissional e social, mostrando que a organização da cadeia produtiva de gemas e joias é promissora, e já podemos contabilizar dividendos, com esta premiação e o reconhecimento nacional e internacional do Programa Polo Joalheiro do Pará como um dos melhores, senão o melhor, existente”, ressalta Airton Lisboa.

A participação do governo do Estado tem sido fundamental para desenvolver o setor de joias e artesanato no Pará, a partir de estratégias de promoção e comercialização dos produtos, e investimentos em capacitação profissional no setor joalheiro. O grande desafio, agora, segundo o diretor, é inserir no programa o principio da gestão por resultados e da auto sustentação econômica. Segundo ele, o setor mostrou sua criatividade e qualidade técnica, mas precisa se organizar para produzir em escala competitiva para os mercados nacional e internacional.

“Para tanto, exige esforço conjunto e investimentos de trabalhadores, iniciativa privada, instituições governamentais e não governamentais, na formatação e implantação de projetos sustentáveis, de elevado conteúdo tecnológico nos processos de fabricação e comercialização”, acrescenta Airton Lisboa.

David Leal, titular da Seicom, mantenedora do Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro, participou do evento, acompanhado de Airton Lisboa e Rosa Helena Neves, diretora do Espaço São José Liberto. David Leal foi um dos convidados de Hélcio Guerra, presidente da AngloGold Brasil, um dos 10 países, em quatro continentes, a possuir filiais da mineradora sul-africana, com sede em Johanesburgo.

Ator Carlos Casagrande desfilou com o colar "Açaí". 
FOTO: Divulgação AuDITIONS Brasil 2012 – AngloGold Ashanti



Ascom/Igama

 

FONTE:  http://blog.saojoseliberto.com.br/2012/12/designer-de-joias-do-para-esta-entre-as.html

publicado por Luciane Barros Fiuza de Mello às 17:44
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